Primeira Vida de São Francisco – Tomás de Celano.

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Primeiro livro
Para louvor e glória de Deus todo-poderoso, pai, filho e espírito santo. Amém.

Capítulo 4

Vende tudo e despreza o dinheiro recebido
8. Porque tinha chegado o tempo determinado, o servo do Altíssimo, assim preparado e confirmado pelo Espírito Santo, seguiu o ímpeto sagrado de seu espírito, pelo qual se chega aos bens melhores, desprezando os que passam. Alias, não lhe era permitido adiar mais: uma doença mortal estendia por toda parte seus efeitos nefastos e paralisava tantas almas, que qualquer demora do médico podia ser fatal para elas. Levantou-se, pois, armado do sinal da santa cruz, e, tendo preparado um cavalo, montou e, levando consigo ricas peças para vender, foi depressa para a cidade de Foligno. Tendo vendido como de costume tudo que levara, o feliz mercador abandonou l também o cavalo em que fora montado, depois de receber o preço que valia. De volta, livre da carga, vinha pensando com visão religiosa no que fazer com o dinheiro. Admirável e repentinamente convertido para as coisas de Deus, achou que era pesado demais carregar aquele
dinheiro por mais uma hora que fosse. Considerando simples areia todo aquele pagamento, apressou-se em desfazer-se dela. Como vinha vindo na direção de Assis, encontrou à beira do caminho uma igreja erguida havia muito tempo em honra de São Damião e agora ameaçando ruína por sua muita antigüidade.
9. Chegando a ela, o novo soldado de Cristo, comovido por tão urgente necessidade, entrou cheio de temor e de reverência. Encontrando lá um sacerdote pobre, beijou suas mãos consagradas cheio de fé, deu-lhe o dinheiro que levava e contou-lhe ordenadamente seu propósito. O sacerdote ficou espantado e, admirando aquela incrível e repentina conversão, recusou-se a acreditar no que ouvia. Com medo de ser enganado, não quis aceitar o dinheiro oferecido. Tinha-o visto, por assim dizer, um dia antes, vivendo regaladamente entre os parentes e conhecidos e manifestando sua loucura mais que os outros. Mas o jovem insistia teimosamente, e com palavras ardentes rocurava convencer o sacerdote que, pelo amor de Deus, lhe permitisse viver em sua companhia.
Afinal o padre concordou em que ficasse, mas, por medo de seus pais, não recebeu o dinheiro, que Francisco, verdadeiro desprezador de todas as riquezas, jogou a uma janela, tratando-o como se fosse pó. Pois desejava possuir a sabedoria que é melhor do que o ouro e adquirir a prudência que é mais preciosa do que a prata.

Bispos brasileiros refletirão sobre o Sínodo para as Famílias no seu curso anual em 2016

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01O entendimento de que é preciso transmitir a mensagem de Jesus Cristo de forma moderna, especialmente, aos jovens, foi o grande consenso do 24º Curso para Bispos, segundo o diretor do encontro anual, Dom Karl Josef Romer. Este ano foi concluído o triênio de reflexões sobre Concílio Vaticano II e, em 2016 os temas vão abordar o Sínodo para as Famílias.
Cerca 90 bispos de diversas regiões do país participaram do evento, realizado pela Arquidiocese do Rio, entre os dias 26 e 30 de janeiro, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro. Os conferencistas foram: Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação da Causa do Santos, no Vaticano, Dom Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, e monsenhor Pierangelo Sequeri, professor da Universidade de Milão.
Segundo o diretor do curso, Dom Romer, que é bispo emérito da arquidiocese, os bispos diocesanos, auxiliares e eméritos presentes acolheram com grande entusiasmo tudo o que foi apresentado pelos conferencistas internacionais.
“Os bispos estão levando muito a sério a questão da comunicação. Entendem que é preciso usar os meios modernos de comunicação, não só o computador, mas também os iphones, entre outros recursos de comunicação rapidíssima. Porque precisam falar para à juventude, para que os jovens entendam que a Igreja participa da vida deles”, observou.
O curso, realizado anualmente, é aberto a todos os bispos do país. Dom Romer afirmou que em 2016 serão abordadas questões novas e cruciais para a valorização da família. Ele reforçou a importância de ressaltar que a família é formada para gerar vida, segundo a criação de Deus.
“Temos que respeitar e jamais ofender as pessoas que pensam diferente, mas sabemos que o fundamento de uma família é a união entre o homem e a mulher”, afirmou.
O bispo emérito ressaltou ainda que um grave problema do mundo atual é a falta de compromisso.
“As pessoas estão com uma incapacidade de uma fazer uma opção radical e definitiva na vida. Muitos acham que estão no ‘supermercado’ e que podem ‘tirar’ o que querem de todas as ‘estantes’. Na vida não é assim. Se o homem casado, por exemplo, jurou amor e fidelidade a sua esposa, ele deve com fé conduzir sua vida com ela, dando testemunho no mundo. Ele é corresponsável e não deve quebrar a promessa feita no altar a Deus”, recordou.

Fonte: http://www.acidigital.com

Padre explica atualidade do carisma de Dom Bosco

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Padre Rafael Zanata Albertini

Padre Rafael Zanata Albertini

Neste sábado, 31, a Igreja recorda São João Bosco. O santo italiano, que desenvolveu sua missão especialmente voltada para a juventude no século 19, continua conquistando o coração de milhares de jovens por todo o mundo. Os salesianos já somam 15.560 membros em 131 países e a Família Salesiana, com o conjunto de suas organizações, possui mais de 400 mil membros.
Para o salesiano padre Rafael Zanata Albertini, Delegado Inspetorial para a Pastoral Juvenil Salesiana e Animação Vocacional de Campo Grande, (MS), o que explica essa abrangência é o fato de o carisma de Dom Bosco ser válido e necessário em qualquer tempo e lugar, já que são chamados a ser sinais e portadores do amor de Deus aos jovens, especialmente os mais pobres.
“Os jovens de hoje, muitas vezes, continuam a precisar de recursos e educação e, mais do que outrora, necessitam de pessoas que não somente apontem caminhos seguros, mas aceitem acompanhá-los com liberdade, respeito e proximidade. Procuramos ser esses companheiros de caminhada e, por meio da razão, da religião e da bondade, nos esforçamos para formar ‘bons cristãos e honestos cidadãos’ em nossas escolas, paróquias, obras sociais, universidades, missões e centros juvenis.”
Ele explica que o ensinamento de Dom Bosco para os jovens de sua época e região continua valendo para cada jovem hoje: cada vida é um presente de Deus para si e para os outros, e a felicidade só se torna verdadeira quando ofertada ao próximo.
“Realizar bem os próprios deveres, como filhos, irmãos, cristãos, cidadãos e estudantes, por exemplo, e cultivar a alegria de viver são caminhos que enchem a vida de sentido.”
As celebrações do bicentenário do santo tiveram início em 2011 e culminam no dia 16 de agosto deste ano.
O tema refletido neste ano se refere a missão de Dom Bosco com os jovens e pelos jovens. Padre Rafael destaca que no centro da pastoral salesiana está de fato o protagonismo dos jovens, eles são não somente os destinatários da missão, mas também seus sujeitos.
“O que mais me realiza é estar com os jovens e trabalhar com e para eles, com todo o dinamismo – e os desafios – que isso significa. Isso me revigora e me entusiasma, sobretudo quando percebo que eles assumem um processo de abertura à maturidade da fé.”

Testemunho
Wellington Gonçalves Pereira começou a frequentar a Igreja por volta dos 8 anos, aos 9 já era coroinha, aos 10 conheceu um padre salesiano e sentiu o desejo de também ser padre. Começou a ser acompanhado como vocacionado e aos 14 anos ingressou na primeira etapa formativa da Congregação.
Hoje, aos 18 anos, não está mais no seminário, mas o amor pelo carisma de Dom Bosco o levou a ser assistente de coordenação em uma obra social salesiana no Mato Grosso. “O amor de Dom Bosco me cativou. Eu seria incompleto se não trabalhasse em algum projeto de Dom Bosco”, revela.
Além de trabalhar com um grupo de jovens, Wellington desenvolve um trabalho junto à Pastoral da Criança. Ele explica que uma das principais características da espiritualidade juvenil salesiana é conquistar pelo amor e pelo acolhimento.
“O que mais me realiza é a caminhada, passar pelas dificuldades, ir aprendendo com os erros, experiências, ver a transformação das crianças. É muito gratificante quando você vê uma criança agressiva se tornar amorosa, mais compreensiva, calma. Ainda sim, se ela não sabe fazer o sinal da cruz, mas entra em uma Obra social e depois sai falando de Deus, da forma dela, mais espiritualizada, é uma das coisas mais gratificantes.”

Fonte: http://www.cancaonova.com

Papa felicita Caritas de Mondoñedo-Ferrol por seus 50 anos

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01O Papa Francisco enviou uma mensagem de felicitações à Caritas diocesana de Mondoñedo-Ferrol, na Espanha, por ocasião do 50º aniversário do organismo caritativo daquela Igreja local. O Papa exorta esta pequena realidade diocesana a perseverar no louvável empenho a serviço dos mais necessitados.
Na Mensagem, enviada ao bispo da menor diocese da Galícia, Dom Manuel Sánchez Monge, assinada pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, o Santo Padre saúda os membros da Caritas e os exorta a prosseguirem em seu empenho e pede ao Senhor que de cada um dos gestos deles de caridade fraterna transpareça a graça e o amor de Deus, sempre vivo em sua Igreja.

Fonte: http://www.radiovaticana.va

Há uma inquisição laica que associa a religião à violência

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Pe. José Maria Gil Tamayo

Pe. José Maria Gil Tamayo

O secretário geral da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), pe. José Maria Gil Tamayo, declarou nesta quinta-feira que “o fato religioso está sendo submetido à suspeita” e associado à “violência e [aos] fundamentalismos”, o que estabelece uma “inquisição laica” no mundo atual.
A declaração foi feita durante um encontro da iniciativa “entreParéntesis”, dos jesuítas, na qual o porta-voz do episcopado espanhol deu a conferência “A presença pública da Igreja” e destacou que o espaço público pode estar sendo “ameaçado por fundamentalismos, mas também por um laicismo que exclui”.
Tamayo instou os cristãos a fazerem com que reine no espaço público uma “laicidade positiva e integradora” e que o fato religioso não seja relegado ao âmbito privado, a fim de “superar a invisibilidade da fé neste mundo”.
Ele rejeitou ainda o “contágio da ideologização” da presença cristã, qualificando uns de progressistas (os que colocam a justiça em primeiro plano) e outros de conservadores (os que põem em primeiro lugar o direito à vida e à educação). “Por que não passamos a mensagem completa em vez de fatiá-la ao gosto do consumidor?”, indagou.
Por último, Gil Tamayo lamentou que direitos como o da liberdade religiosa fiquem relegados a segundo plano e que “se fale até de direito à blasfêmia”, o que é “um atentado à dignidade”.

Fonte: http://www.zenit.org

Imposição do pálio acontecerá nas sedes episcopais

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01Os arcebispos metropolitanos nomeados pelo papa Francisco desde última solenidade de São Pedro e São Paulo terão a imposição do pálio em suas arquidioceses de origem das mãos dos núncios apostólicos de cada país. Em entrevista à Rádio Vaticano, o mestre de cerimônias pontifícias, monsenhor Guido Marini, explicou o significado da decisão do bispo de Roma.
A partir deste ano, a peça de lã branca que recorda o símbolo da ovelha sobre os ombros de Jesus, será entregue ao arcebispo pelo papa, no Vaticano e imposta pelo núncio apostólico na sede episcopal, como explica monsenhor Guido Marini. “A partir do próximo 29 de junho, por ocasião da Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, os Arcebispos – como de costume – estarão presentes em Roma, concelebrarão com o Santo Padre, participarão do rito da bênção dos pálios, mas não haverá a imposição: simplesmente receberão o pálio do Santo Padre em forma mais simples e privada”, conta.
A imposição do pálio será efetuada depois, nas dioceses a que pertencem os arcebispos na presença dos fiéis e dos bispos das dioceses sufragâneas. “O significado desta alteração é o de colocar em maior evidência a relação dos bispos metropolitas – os novos nomeados – com a sua Igreja local e assim dar também a possibilidade a mais fieis de estarem presentes neste rito tão significativo para eles, e também particularmente aos bispos das dioceses sufragâneas, que deste modo, poderão participar do momento da imposição”, explica o mestre de cerimônias.
Ele considera que será mantido o significado da celebração do dia 29 de junho e que, ao mesmo tempo, acrescenta a “ligação com a Igreja local”.

Arcebispos do Brasil
Desde a última imposição do Pálio – ocorrida na solenidade de São Pedro e São Paulo do ano passado -, foram nomeados no Brasil os arcebispos do Ordinariado Militar, dom Fernando José Monteiro Guimarães; e da arquidiocese de Curitiba (PR), dom José Antônio Peruzzo.

Pálio
O arcebispo de Pelotas (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jacinto Bergmann, explicou à Rádio Vaticano que o pálio é uma espécie de colarinho de lã branca, com cerca de 5cm de largura e dois apêndices – um na frente e outro nas costas. A peça possui seis cruzes bordadas em lã preta: quatro no colarinho e uma em cada um dos apêndices. É confeccionada pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecilia, em Roma, utilizando a lã de dois cordeiros que são ofertados ao Papa na solenidade de Santa Inês, no dia 21 de janeiro. Após confeccionados são abençoados pelo bispo de Roma e guardados numa arca junto ao tumulo de São Pedro.
O uso do pálio, que nos primeiros séculos do Cristianismo era exclusivo dos Papas, passou a ser usado pelos Metropolitas a partir do século VI, tradição que perdura até os nossos dias.
Cada Província Eclesiástica é formada por algumas dioceses e uma arquidiocese. À frente dela está o metropolita, que é o arcebispo da diocese-sede. As palavras “arqui” e “arce”, colocadas junto às palavras diocese e bispo, vêm da língua grega, e significam “a primeira”, “o primeiro”. Nesse sentido, recorda-se que ambos devem estar a serviço e promoção da comunhão.
Após ser nomeado, o metropolita deve pedir ao Papa, o pálio, símbolo de seu “poder” (o serviço e promoção da comunhão) na própria Província Eclesiástica e de sua comunhão com a Sé Apostólica. Uma vez recebido, usa-o unicamente dentro das funções litúrgicas, sobre os paramentos pontificais, dentro da Província a que preside, e unicamente nela.

Fonte: http://www.cnbb.org.br

Evangelho – Mc 4,35-41

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Evangelho+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos
Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O ventou cessou e houve uma grande calmaria. Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”
Palavra da Salvação.

São João Bosco, um homem voltado para o céu

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Santo do diaNasceu perto de Turim, na Itália, em 1815. Muito cedo conheceu o que significava a palavra sofrimento, pois perdeu o pai tendo apenas 2 anos. Sofreu incompreensões por causa de um irmão muito violento que teve. Dom Bosco quis ser sacerdote, mas sua mãe o alertava: “Se você quer ser padre para ser rico, eu não vou visitá-lo, porque nasci na pobreza e quero morrer nela”.
Logo, Dom Bosco foi crescendo diante do testemunho de sua mãe Margarida, uma mulher de oração e discernimento. Ele teve que sair muito cedo de casa, mas aquele seu desejo de ser padre o acompanhou. Com 26 anos de idade, ele recebeu a graça da ordenação sacerdotal. Um homem carismático, Dom Bosco sofreu. Desde cedo, ele foi visitado por sonhos proféticos que só vieram a se realizar ao longo dos anos. Um homem sensível, de caridade com os jovens, se fez tudo para todos. Dom Bosco foi ao encontro da necessidade e da realidade daqueles jovens que não tinham onde viver, necessitavam de uma nova evangelização, de acolhimento. Um sacerdote corajoso, mas muito incompreendido. Foi chamado de louco por muitos devido à sua ousadia e à sua docilidade ao Divino Espírito Santo.
Dom Bosco, criador dos oratórios; catequeses e orientações profissionais foram surgindo para os jovens. Enfim, Dom Bosco era um homem voltado para o céu e, por isso, enraizado com o sofrimento humano, especialmente, dos jovens. Grande devoto da Santíssima Virgem Auxiliadora, foi um homem de trabalho e oração. Exemplo para os jovens, foi pai e mestre, como encontramos citado na liturgia de hoje. São João Bosco foi modelo, mas também soube observar tantos outros exemplos. Fundou a Congregação dos Salesianos dedicada à proteção de São Francisco de Sales, que foi o santo da mansidão. Isso que Dom Bosco foi também para aqueles jovens e para muitos, inclusive aqueles que não o compreendiam.
Para a Canção Nova, para a Igreja e para todos nós, é um grande intercessor, porque viveu a intimidade com Nosso Senhor. Homem orante, de um trabalho santificado, em tudo viveu a inspiração de Deus. Deixou uma grande família, um grande exemplo de como viver na graça, fiel a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em 31 de janeiro de 1888, tendo se desgastado por amor a Deus e pela salvação das almas, ele partiu. Mas está conosco no seu testemunho e na sua intercessão.

São João Bosco, rogai por nós!

Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior – Christo Nihil Praeponere

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Como me relacionar com o meu anjo da guarda?

Já se sabe qual a missão dos santos anjos da guarda: conduzir-nos ao Céu e à salvação eterna. Mas, como nos relacionarmos concretamente com eles, no dia a dia?

Fonte: http://padrepauloricardo.org

Primeira Vida de São Francisco – Tomás de Celano.

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Primeiro livro
Para louvor e glória de Deus todo-poderoso, pai, filho e espírito santo. Amém.

Capítulo 3

Transformado de espírito, mas não de corpo, fala alegoricamente de um tesouro encontrado e de uma noiva
6. Já mudado, mas de mentalidade e não exteriormente, não quis ir mais para a Apúlia e procurou orientar sua vontade pela vontade de Deus. Por isso subtraiu-se aos poucos do bulício do mundo e dos negócios, querendo imitar Jesus Cristo em seu interior. Como um negociante prudente, escondeu aos olhos dos iludidos a pérola encontrada e, ocultamente, procurou vender tudo para poder adquiri-la.
Havia um homem em Assis, amigo seu predileto, porque tinha sua mesma idade. Uma assídua familiaridade de recíproca afeição lhe permitia contar-lhe seus segredos.
Levava-o muitas vezes a lugares afastados e aptos para os seus planos, garantindo que tinha encontrado um tesouro precioso e enorme. O amigo se alegrou e, ávido pelo segredo, ia de boa vontade com ele todas as vezes que era chamado. Havia uma gruta perto da cidade, à qual iam com freqüência para falar do tesouro que lhes caberia. O homem de Deus, que já estava santificado pelo santo propósito, entrava na gruta enquanto o companheiro ficava esperando do lado de fora e, tomado pelo novo e especial espírito, orava a seu Pai na solidão. Esforçava-se para que ninguém soubesse o que fazia lá dentro, para que o segredo fosse causa de maior bem, e buscava só a Deus em seu santo propósito. Orava com devoção para que Deus eterno e verdadeiro dirigisse seu caminho e o ensinasse a cumprir sua vontade. Sustentava em sua alma uma luta violenta e não conseguia parar enquanto não realizasse o que tinha resolvido em seu
coração. Pensamentos muito variados entrecruzavam-se nele, importunando-o e perturbando-o duramente.
Ardia interiormente pela chama divina e não conseguia esconder por fora o ardor de sua alma. Doía-lhe ter pecado tão gravemente e ofendido os olhos da majestade de Deus. Os pecados do passado ou do presente já não o agradavam. Mas ainda não tinha recebido a plena confiança de poder evitá-los no futuro. Por isso, quando saía para junto de seu companheiro, estava tão cansado que nem parecia o mesmo que tinha entrado.
7. Certo dia, tendo invocado mais completamente a misericórdia divina, mostrou-lhe o Senhor o que convinha fazer. A partir de então, ficou tão cheio de alegria, que não cabia mais em si e, mesmo sem querer, deixou escapar alguma coisa aos ouvidos dos outros. Mas embora não pudesse calar por causa da grandeza do amor que lhe fora inspirado, era com cautela que comunicava alguma coisa, e falando em parábolas. Assim como falara ao amigo íntimo de um tesouro escondido, como dissemos, aos outros procurava falar por analogias. Dizia que não queria ir para a Apúlia, mas prometia que haveria de fazer coisas nobres e estupendas em sua própria terra. Pensavam
os outros que queria casar-se e lhe perguntavam: “Por acaso, você vai se casar, Francisco?” Respondia-lhes: “Vou me casar com uma noiva tão nobre e tão bonita como vocês nunca vão ver, que ganha das outras em beleza e supera a todas em sabedoria”. Na verdade, a esposa imaculada do Senhor era a verdadeira religião, que ele abraçara, e o tesouro escondido era o reino dos céus, que buscou com tanto entusiasmo. Era absolutamente necessário que se cumprisse a vocação evangélica naquele que haveria de ser ministro do Evangelho na fé e na verdade.

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