O ministério da pregação

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MinistroO pregador por excelência é o bispo. Este tem a função de transmitir os ensinamentos de Cristo fielmente sem risco de cometer nenhuma heresia ou de falar alguma bobagem que esteja em desacordo com o magistério da Igreja. Mesmo assim, se alguns bispos nos decepcionam muito em questões de liturgia e de apoio a movimentos comunistas e ao governo do PT que é a própria encarnação do mal em nosso país, eles estão sujeitos a falhar também na pregação. Os bispos contam com a ajuda dos padre para o serviço, o ministério da pregação. Os padres são pregadores assistidos pelos bispos, mas infelizmente acabam falando tanta bobagem que até Deus duvida. Já estive em missa em que no meio da homilia deu vontade de ficar de pé e gritar para o padre: “Cala a tua boca, porque você já está excomungado”, mas não o fiz, me contive. Se os bispos estivessem por dentro das bobagens que dizem e fazem certos padres talvez a coisa funcionasse, mas sabemos que além do fato das dioceses em geral serem muito grandes, há também os casos em que o bispo fica sabendo dos abusos e faz vista grossa. E num terceiro grau temos os pregadores leigos.
Se o bispo que é o pregador por excelência pode acabar mesmo que sem querer ensinando algo errado, e os padres que são seus auxiliares as vezes estão mergulhados, por culpa própria ou não no marxismo cultural e na teologia da libertação cometendo assim inúmeros erros em suas pregações, o que pensar então de um pregador leigo não é mesmo? Mas por incrível que pareça tem pregador leigo que dá um banho em muito bispo e padre por aí. E sabe por quê? Por causa de seu zelo com o ministério da pregação. Pelo seu cuidado e amor à Igreja de Cristo e ao Magistério. Estes pregadores leigos, tirando raras exceções, se entregam totalmente aos estudos espirituais, livres de qualquer outra ocupação. Lêem o catecismo, o código de direito canônico, as encíclicas papais, além é claro, das sagradas escrituras e tem uma vida de oração e ascese. Foram escolhidos por um grande rei para transmitir aos povos as palavras recebidas de sua boca e à estas palavras não acrescentam seus caprichos, suas ideologias político-partidárias nem nada neste sentido. Deixam-se guiar pelo Espírito de Deus ao invés de serem conduzidos pelos seus próprios desejos procurando se afervorar primeiro por dentro, para não proferir palavras frias. Já ouvi palavras de sabedoria de pregadores simples, pobres, idosos, semi-analfabetos, mas que foram de uma edificação tão grande e teologicamente tão em comunhão com a Igreja de sempre que as palavras apesar de estarem saindo de seus lábios pareciam estar descendo do céu, trazidas por um anjo para que a vontade de Deus fosse manifesta. Por outro lado já ouvi pregações de padres tão frias, tão vazias, tão fora de propósito que cheguei a pensar que estava numa agremiação, numa associação de moradores, numa reunião do MST, ou seja, em qualquer lugar menos na Igreja Una, Santa e Católica.
Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

Segunda Vida de São Francisco – Tomás de Celano.

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SEGUNDO LIVRO

Sobre a contemplação do Criador nas criaturas
Capítulo 124 – Amor do santo para com as criaturas sensíveis e insensíveis
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1 Embora desejasse sair logo deste mundo como se fosse um desterro onde devia peregrinar, este feliz viajante sabia aproveitar o que há no mundo, e bastante.
2 Usava o mundo como um campo de batalha com os príncipes das trevas, mas também, para Deus, como um espelho claríssimo da bondade.
3 Em qualquer artifício louvava o Artífice, e tudo que encontrava nos fatos, repassava ao Autor.
4 Exultava em todas as obras das mãos do Senhor (cfr. Sl 91,5; 8,7) e, através dos espetáculos que lhe davam prazer, sabia encontrar aquele que é razão e causa de toda vida.
5 Nas coisas belas reconhecia aquele que é o mais belo, e ouvia todas as coisas boas clamarem: “Quem nos fez é ótimo”.
6 Seguia por toda parte o amado pelos vestígios que deixou nas coisas e fazia de tudo uma escada para chegar ao seu trono.
7 Abraçava todas as criaturas com afeto e devoção jamais vistos, e falava com elas sobre o Senhor, convidando-as a louvá-lo.
8 Poupava os candeeiros, lâmpadas e velas, porque não queria apagar com sua mão o fulgor que era um sinal da luz eterna.
9 Andava com respeito por cima das pedras, pensando naquele que foi chamado de Pedra.
10 Quando usavam o versículo: “Vós me exaltastes sobre a pedra”, para dizer alguma coisa mais reverente, exclamava: “Sob os pés da Pedra Vós me exaltastes”.
11 Aos frades que cortavam lenha proibia arrancar a árvore inteira, para que tivesse esperança de brotar outra vez.
12 Mandou que o hortelão deixasse sem cavar o terreno ao redor da horta, para que a seu tempo o verde das ervas e a beleza das flores pudessem apregoar o formoso Pai de todas as coisas.
13 Mandou reservar um canteiro na horta para as ervas aromáticas e para as flores, para lembrarem a suavidade eterna aos que as olhassem.
14 Recolhia do caminho os vermezinhos, para que não fossem pisados, e mandava dar mel e o melhor vinho às abelhas, para não morrerem de fome no frio do inverno.
15 Chamava de irmãos todos os animais, embora tivesse preferência pelos mais mansos.
16 Quem poderia contar tudo? Pois toda aquela Fonte de bondade, que vai ser tudo em todos, já iluminava tudo em tudo para este santo.

Evangelho – Lc 4,16-30

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Evangelho+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: Veio Jesus à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor.’ Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Então começou a dizer-lhes: ‘Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir.’ Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: ‘Não é este o filho de José?’ Jesus, porém, disse: ‘Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum.’ E acrescentou: ‘Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio.’ Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
Palavra da Salvação.

São Raimundo Nonato, modelo de santidade

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Santo do diaPor ter encontrado dificuldades para vir à luz, é invocado como patrono e protetor das parturientes e das parteiras (seu nome significa “não nascido” porque foi extraído vivo das entranhas da mãe já morta).
São Raimundo Nonato nasceu na Espanha, em Portel, na diocese de Solsona (próximo a Barcelona) no ano de 1200. Ainda menino, teve de guardar o gado e, durante seus anos de pastor, visitava constantemente uma ermida de São Nicolau, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora de quem era devotíssimo.
Conta-se que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho. Desde jovem, Raimundo Nonato percebeu sua inclinação à vida religiosa. Seu pai buscou, sem êxito, impedi-lo de corresponder ao chamado vocacional. Ao entrar para a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, pôde receber do fundador: São Pedro Nolasco, o hábito. Assim, tornou-se exemplo de ardor na missão de resgatar das mãos dos mouros, os cristãos feito escravos.
Certa vez, São Raimundo conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos, porém, quando na Argélia acabaram-se os recursos para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, o Missionário e Sacerdote Raimundo, entregou-se no lugar de um dos cristãos. Na prisão, Raimundo pregava para os muçulmanos e cristãos, com tanta Unção que começou a convertê-los e desse modo sofreu muito, pois chegaram ao extremo de perfurarem os seus lábios com um ferro quente, fechando-os com um cadeado. Foi mais tarde libertado da prisão e retornou à Espanha.
São Raimundo Nonato, morreu em Cardona no ano de 1240 gravemente doente. Não aguentou atingir Roma onde o Papa Gregório IX queria São Raimundo como Cardeal e conselheiro. O seu corpo foi descansar na mesma ermida de São Nicolau em que orava nos seus anos de pastor.

São Raimundo Nonato, rogai por nós!

Sabedoria de Padre Pio

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PioQuem começa a amar deve estar pronto a sofrer.

O mesmo apóstolo João que em sua primeira carta, no capítulo quarto, versículo oitavo nos disse que Deus é amor, nos ensinou também no capítulo terceiro, versículo décimo sexto do seu evangelho que: “De tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Deus é amor, ele nos ama e enviou seu filho único para sofrer o suplício da cruz por amor de nós, por causa de nossos pecados. Todo o sofrimento de Jesus foi por amor. Desde sua captura naquela noite santa no horto das oliveiras, em que ele foi apanhando pelo caminho, levando socos e pontapés, tapas e cusparadas, até seu pseudojulgamento com Anás e Caifás, sua flagelação pelos soldados romanos onde as pontas do flagelo com seus ossos afiados rasgavam-lhe a carne. Desde a coroa de espinhos de roseira que lhe enfiaram na cabeça até a pesada cruz que teve que carregar até o calvário fazendo-o cair três vezes e arrebentando-lhe os joelhos. Desde os cravos que perfuraram-lhe as mãos e os pés até a humilhação de ser pregado nu em uma cruz e de lhe darem vinagre quando teve sede. Tudo isso, todo esse sofrimento, foi por amor. E padre Pio nos diz que quem começa a amar, deve estar pronto para sofrer. Jesus estava pronto para sofrer por amor de nós e faria tudo novamente se preciso fosse. Tudo por que Ele nos ama. Mas e quanto a nós? O que estamos dispostos a fazer por aqueles que amamos?
Um jovem e uma jovem quando se conhecem e começam a namorar, tudo é maravilhoso. Mas com o passar do tempo começam a aparecer as provações, as dificuldades, começa-se a descobrir os defeitos um do outro e muitas vezes é mais fácil abandonar o barco do que suportar os sofrimentos por amor. No casamento não é diferente. Cada dia é um novo desafio. Muitas concessões precisam ser feitas pelo bem de todos. Abrir mão de algo que as vezes é valioso para um, mas que não tem tanta importância para o outro, sempre em busca do que é melhor para os dois, para a família. E assim o casal sofre um por amor do outro, mas também sofre por amor aos filhos.
Não há amor sem sofrimento, as coisas estão atreladas, quem quer amar, prepare-se para sofrer. Se você não está disposto a sofrer então não está preparado para amar. Deus não quer de nós sacrifícios, mas quer o nosso amor. É um Deus ciumento. Durante a quaresma vivemos um período de muitos sacrifícios, mortificações, jejuns, abstinências, mas tudo por amor. Se não fosse o amor, nada teria sentido. Sofremos sim, mas porque amamos. Muitas pessoas não estão dispostas a sofrer e com isso só se decepcionam achando que o amor será um mar de rosas. Mas não será. Terão sim as rosas, mas com elas os espinhos e as vezes até mesmo uma coroa de espinhos.
Vivemos tempos difíceis. A perseguição aos cristãos já começou. Quem está disposto a dar a vida por Jesus? A sofrer, ser torturado, ser martirizado por amor a Cristo e para não negar a sua fé? Devemos estar preparados irmãos, pois amamos a Deus, amamos Jesus, amamos a Igreja Católica, amamos os Santos, amamos os Sacramentos e teremos ainda muito o que sofrer para defender e guardar o depósito da fé, lutando contra os hereges de fora e os hereges de dentro.
Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

Segunda Vida de São Francisco – Tomás de Celano.

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SEGUNDO LIVRO

Capítulo 123 – Contra os desejosos de vanglória e exposição da palavra profética

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1 Dizia que devíamos chorar pelos pregadores que muitas vezes vendem o seu ministério por um tostão do vanglória.
2 Curava-lhes às vezes os tumores com este remédio: “Por que vos gloriais dos homens que convertestes, se foram convertidos pelas orações de meus irmãos simples?”
3 Assim interpretava ele o versículo: “Até a estéril deu à luz muitos filhos” (cfr. 1Rs 2,5). “A estéril é o meu irmão pobrezinho, que não recebeu na Igreja o encargo de gerar filhos.
4 Esse vai ter muitos filhos no dia do juízo, porque então o juiz vai computar na sua glória os que agora converte com suas orações particulares.
5 Mas ‘a que tem muitos filhos vai desfalecer’ (1Rs 2,5) porque o pregador que se rejubila como se tivesse gerado a muitos por sua virtude vai saber então que nada teve de seu nessas pessoas”.
6 Não gostava muito dos que gostavam de ser louvados mais como oradores do que como pregadores, falando com ornatos e não com o afeto.
7 E dizia que faziam uma má divisão os que davam tudo para a pregação e nada para a devoção.
8 Louvava ao pregador que, a seu tempo, apreciava e saboreava ele mesmo a palavra de Deus.

Angelus 30-08-2015

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Evangelho – Mc 7,1-8.14-15.21-23

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Evangelho+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos
Naquele tempo: Os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: ‘Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?’ Jesus respondeu: ‘Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens’. Em seguida, Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: ‘Escutai todos e compreendei: o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem’.
Palavra da Salvação.

Bem-aventurado Junípero Serra

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Santo do diaSacerdote da Primeira Ordem, apóstolo da Califórnia (1713-1784). Beatificado por João Paulo II no dia 25 de setembro de 1988.
Este bem-aventurado, conhecido como o Apóstolo da Califórnia, nasceu em Petra na ilha de Maiorca, a 24 de novembro de 1713, de Antônio Serra e Margarida Ferrer, pais exemplares pelos costumes e piedade, embora pessoas de pouca instrução. A criança foi batizada com o nome de Miguel José e foi crismado com a idade de apenas dois anos, por ocasião da visita do bispo de Maiorca, Atanasio Esterripa. Criança ainda, ajudava os pais nos trabalhos do campo e freqüentou a escola anexa ao convento franciscano de São Bernardino, dando provas de inteligência viva e aberta e desta forma pôde ser encaminhado para fazer estudos superiores.
Depois de um ano de estudos filosóficos no convento de São Francisco de Palma, com 17 anos, vestiu o hábito franciscano no convento Santa Maria de Jesus. A 15 de setembro de 1731 emitiu os votos religiosos mudando o nome de batismo para o de Junípero, devido à grande admiração que tinha para com Frei Junípero, um dos primeiros companheiros de São Francisco. Concluídos com brilhantismo os estudos teológicos, foi ordenado diácono em 1736 e, posteriormente, sacerdote. Em 1743, já tinha sido designado para o ensino de filosofia no convento de São Francisco de Palma. Nesse período manifestou dotes de fino orador. Foi chamado a ocupar a cátedra de teologia escotista na Universidade Lulliana de Palma de Maiorca. Nunca haveria de deixar o ministério da pregação.
Aos 35 anos de idade, não obstante a fecundidade de seu apostolado na ilha, Frei Junípero, obedecendo a uma vocação interior, partiu rumo às Missões da América junto com um seu discípulo, Frei Francisco Palòu. Os dois permanecerão juntos por toda a vida. Partiram no dia 13 de abril de 1749, de Málaga. Depois de dramática travessia chegaram a São João de Porto Rico no dia 18 de outubro e a 7 de dezembro alcançaram Vera Cruz, na costa sul do México. A pé prosseguiram até a cidade do México. Passou a exercer apostolado junto aos indígenas falando em sua língua. Fez um catecismo na língua do povo e ensinava rudimentos de ciência e técnicas a respeito do trabalho da terra.
Graças à ajuda dos que eram missionados, Junípero e seu colega puderam construir em Santiago de Jalpán uma igreja de pedra, de estilo barroco ainda hoje tido como monumento de interesse histórico e tomado, posteriormente, como modelo para a realização de quatro outras igrejas na missão. Em seu trabalho pastoral insistia nas graças dos sacramentos da eucaristia e da reconciliação. Costumava confessar-se a seu confrade Frei Francisco diante de todos, antes da celebração da missa. Levou os indígenas a uma qualidade de vida respeitável e digna.
O colégio de São Ferdinando (Fernando), ao qual padre Serra pertencia, em 1751 contava com cinco missões das quais ele tinha sido nomeado presidente e primeiro responsável até que foi enviado por seus superiores ao Texas para restaurar a missão de São Sabas destruída um pouco antes pelos índios Apaches, tarefa pouco depois revogada, devido ao perigo que comportava para o missionário. De 1758 até 1767 permaneceu no colégio apostólico de São Ferdinando como mestre de noviços e pregador de missões em várias dioceses mexicanas. Nunca deixou de frisar a importância das celebrações litúrgicas, mas, sobretudo, implantará modelo de vida comunitária e de organização econômica, ensinando como trabalhar o campo, criar o gado e exercitar-se na arte da cerâmica.
Em junho de 1767, depois da expulsão dos jesuítas das possessões do vice-reino de Espanha por decisão de Carlos III, as missões da Baixa Califórnia foram confiadas aos Franciscanos e Frei Junípero foi nomeado seu superior. Em 1º de abril de 1768, junto com 14 companheiros, empreendeu a corajosa e extenuante viagem rumo à península da Baixa Califórnia, cujo clima é caracterizado por longos períodos de seca e de temperaturas muito elevadas. Estabeleceu o quartel general da missão em Loreto. Fez o que pode sempre sob a vigilância do governo civil sobre as missões. Incansável foi seu trabalho também porque a população local vivia somente de caça e da pesca desconhecendo as técnicas do cultivo da terra.
Depois de dois anos, devido também às condições econômicas favoráveis, pôde fundar a primeira missão californiana de San Diego de Alcalà. Deslocou-se na direção da Alta Califórnia e fundou as Missões de São Carlos Borromeu, de Santo Antônio de Pádua, São Gabriel e de São Luis Bispo e muitas outras. Segue-se um período de incompreensão com um comandante militar da Nova Espanha, José de Galvez. Por este motivo, o bem-aventurado retirou-se a pé para o México permanecendo no Colégio de São Ferdinando até 13 de março de 1774. Volta aos antigos campo de atividade. A missão prosseguia lenta mas perseverantemente. Foram refundadas as missões destruídas pelos índios e abertas outras novas. No final de tudo, retirou-se com seu confrade fiel para Monterey, na Califórnia, que escreveu a biografia do bem-aventruado como testemunha ocular.
Merecidamente, Junípero Serra foi definido como um colosso de evangelizador. Durante dezessete anos, precisamente de 1767 a 1784 percorreu, apenas na Califórnia, perto de 9.900km a pé, 5.400 em embarcação, não obstante a idade e as enfermidades. Fundou 9 missões, das quais derivam os nomes franciscanos de cidades californianas muito importantes, como São Francisco, São Diego, Los Angeles, etc.
Frei Junípero, fortemente debilitado em sua saúde, pela asma e gangrena numa perna, morreu a 28 de agosto de 1784 no retiro do Carmelo de Monterrey na Califórnia com 71 anos de idade, sendo que 36 deles foram dedicados à missão.
Considerado o pai dos índios, foi honrado como herói nacional. Desde 1º de março de 1931, a sua estátua representando o Estado da Califórnia, está entre as outras dos Pais fundadores dos Estados Unidos na Sala do Congresso de Washington, estátua única de um religioso no Santuário dos americanos ilustres. O ponto mais alto da cordilheira de montanhas de Santa Lucia na Califórnia tem o seu nome.

Bem-aventurado Junípero Serra, rogai por nós!

Não restará nem as ruínas, somente o pó

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MinistroTomás de Celano foi contemporâneo de São Francisco e seu primeiro biógrafo. Ele nos conta que São Francisco se queixava de frades preguiçosos, frades gulosos, frades que não queriam trabalhar nem contemplar ou seja, homens que de fato não tinham verdadeira vocação para a Ordem, mas que encontraram nela uma forma de ficar à toa, sem fazer nada, fingindo-se de ocupados e fantasiados de religiosos para não terem que assumir as responsabilidades do mundo como casar, ter filhos para sustentar e etc. Estes, Celano diz que não são dignos de usar o hábito. São muitos os que detestam o exercício das virtudes e preferem descansar em vez de trabalhar, provando que não são filhos de Francisco mas de Lúcifer, diz Celano.
Se na época logo após a morte de nosso seráfico pai, Francisco de Assis a ordem já apresentava indivíduos dessa espécime, quanto mais nos dias de hoje. Eu acredito que uma história deve sempre ser contada pelos seus heróis e não por seus traidores. A história da Igreja deve ser contada mostrando a glória de seus santos e não os feitos dos hereges. A mesma coisa em relação à Ordem Franciscana. Quantos santos e santas franciscanos! São centenas, quiçá milhares de santos inspirados na vida do pobrezinho de Assis. E ainda hoje há tantos consagrados e consagradas que doam suas vidas ao cuidado dos pobres e marginalizados inspirados nos ensinamentos de São Francisco. Mas não tiro a razão de Tomas de Celano de reclamar dos preguiçosos e gulosos de sua época, pois hoje em dia vemos frades que passam o dia inteiro na ociosidade e quando você precisa que celebrem missa em algum lugar, ou exéquias, ou até mesmo quando você precisa se confessar ou se aconselhar, conversar com um frade, eles estão sempre se fingindo de ocupados. Será que são filhos de São Francisco? Quanto ao fato de não merecerem nem usar o hábito isso também não é mais problema em nossos dias, pois eles definitivamente abandonaram o hábito e andam por aí de calça jeans, camiseta, bota de cowboy e gelzinho no cabelo.
Quando Deus falou com São Francisco de Assis, disse: “Vai e reconstrói a minha Igreja que está em ruínas”. Acredito que está na hora de Deus enviar alguém para a Ordem Franciscana urgentemente, pois daqui a pouco não restará nem as ruínas, somente o pó.
Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

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