Delicado como era, São Francisco ordenou que esfregassem carne nas paredes

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MinistroFrancisco de Assis, nosso seráfico pai, tinha especial devoção pelo natal de Nosso Senhor Jesus Cristo e o Celebrava com incrível alegria, mais que todas as outras solenidades. As duas festas mais importantes para os cristãos são de fato, o natal e a páscoa, mas a Igreja considera a páscoa, a ressurreição do Senhor, ainda mais importante do que o natal. Porém, como cada um tem suas devoções particulares, são Francisco era devoto do natal. Era um tempo muito especial para ele. Não é à toa que foi ele o autor do presépio em Greccio. Conta-se que quando o santo via uma imagem do menino Jesus, ele beijava e acariciava a imagem como se fosse o próprio menino e falava com ela como que usando linguagem de criança, balbuciando palavras. Quem sabe o próprio menino Jesus não estivesse em seus braços onde os companheiros viam apenas uma imagem, não é mesmo?
Certa vez o natal caiu em uma sexta-feira, que é um dia de penitência, dia em que a Igreja se abstém de comer carne e houve uma certa discussão se poderiam comer carne ou não, pois era sexta, mas ao mesmo tempo era natal, uma solenidade. Hoje sabemos que quando cai uma solenidade na sexta-feira, não se faz abstinência, mas talvez os frades, naquela época e com pouco estudo, não soubessem disso. É a mesma coisa em relação aos domingos. Domingo é dia do Senhor. Todo domingo é páscoa. Todo domingo é solenidade, por isso não devemos fazer penitência aos domingos, mesmo aos domingos da quaresma. Mas como houve essa confusão se poderiam ou não comer carne naquela sexta-feira de natal, Francisco interveio dizendo que por ser aquele o dia em que o Menino nasceu para nós, ele queria que até as paredes comessem carne. E se elas não pudessem, como de fato não podem, pelo menos fossem esfregadas com carne. Com isso o santo quis dizer que era um dia de muita alegria.
Nos dias de festa, devemos mesmo deixar a nossa alegria transparecer, não é uma alegria do mundo, mas a alegria que vem do Senhor. E nos dias de penitência e quero aproveitar, pois estamos chegando na quaresma, amanhã já é quarta-feira de cinzas, ninguém precisa saber que você está jejuando. Ninguém precisa saber que você está fazendo abstinência. Faça seu jejum, faça sua abstinência, viva uma santa quaresma sem precisar contar aos quatro cantos do mundo e em nossos dias tecnológicos, sem postar em todas as redes sociais. Se tiver que chorar, chore a paixão do Senhor, como fazia frei Francisco, chore como dolorosos soluções a lembrança da pobreza da Virgem bem-aventurada e as privações de Cristo seu Filho, mas o faça sem chamar a atenção de ninguém.
Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

Sabedoria de Padre Pio

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PioO bom coração é sempre forte. Sofre, mas sempre esconde sua lágrima, e se consola santificando-se pelo próximo e por Deus.

As pessoas dizem que sou grosso, que sou intolerante, que não sei me expressar com caridade, que costumo dizer as coisas na lata, doa a quem doer. E elas estão certas. Sou grosso mesmo, mas isso não quer dizer que eu esteja indiferente ao sofrimento da humanidade, que eu não me importe com as pessoas. Me importo sim, me importo muito e me importo principalmente com a salvação das almas e sofro. Sofro muito. Sofro ao ver um jovem se perder. Sofro ao ver uma liturgia mal celebrada. Sofro ao ver uma instituição de ensino católica com quase 75 anos de história ir secularizando-se aos poucos, retirando os crucifixos das salas de aulas e podando os professores para que não preguem a fé católica, porque se preocupam apenas com números, com dinheiro. Sofro ao ver líderes religiosos tomando posições favoráveis ao governo do PT, ao aborto, à ideologia de gênero, à teologia da libertação e outros movimentos heréticos dentro da Igreja. Sofro ao ver lideranças católicas cheias de “mimimi”, cheias de sentimentalismo, que não sabem aceitar uma correção fraterna, que é feita para o bem delas, para o crescimento espiritual delas. Sofro ao saber que hoje, terça-feira de carnaval, milhares de pessoas lá fora, neste exato momento estão afundados na lama das orgias e das drogas, literalmente sentadas no colo do capeta. Sofro por saber que não poderei, por mais que me esforce, por mais que entregue a vida por isso, salvar todas as pessoas. E sofro calado, pois tenho um bom coração, um coração forte e só quem me conhece sabe disso. Quem não me conhece tem medo. “Haimann, o opressor”. O ultra-mega-super conservador. Sofro, mas sempre escondo minha lágrima, e me consolo santificando-me pelo próximo e por Deus.
Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

Francisco de Assis era todo de Maria

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MinistroFrancisco de Assis, nosso angélico pai tinha muitas devoções, mas tinha um amor indizível à Mãe de Jesus. A palavra indizível significa algo que não pode ou não deve ser traduzido em palavras, ou seja intraduzível. Algo que foge ao esperado, ao comum, ou seja, algo extraordinário. De fato não podemos traduzir em palavras o amor que São Francisco tinha por Nossa Senhora. Podemos dizer que muitos séculos antes de São Luís Maria Grignion de Montfort, Francisco de Assis já era “Totus tuus” e sem precisar usar uma correntinha pra ficar se exibindo, ele era escravo de Maria em sua essência. A expressão, do latin, “totus tuus” significa todo teu (todo de Maria). Esta ficou bem conhecida porque foi o lema do pontificado do Papa João Paulo II, agora São João Paulo II. Ele usou estas palavras como lema por causa da sua particular devoção e consagração a Virgem Maria. Porém, a expressão “totus tuus” tem sua origem nos escritos São Luís Maria Grignion de Montfort e significa a consagração total a Virgem Maria.
São Luís Maria, em seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, usa estes termos como fórmula de renovação da consagração: “Tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt”, que quer dizer: “Eu sou todo teu, e tudo o que é meu te pertence”. O Santo recomenda que se renove a consagração pelo menos uma vez por ano, mas esta pode ser feita também uma vez por mês, mediante uma preparação. Porém, pode até mesmo ser renovada todos os dias por estas breves palavras.
E quanto à nós? Como vemos a Santa Mãe de Deus? Como uma mulher qualquer? Como um mero objeto nas mãos de Deus, de quem Ele se serviu para enviar Seu filho à terra e nada mais?
Fazemos como os protestantes que dizem que a missão de Maria foi dar a luz ao filho de Deus e depois disso ela já não servia mais para nada? Ou queremos ser “todo de Maria”, como era São Francisco. Francisco constituiu a Santa Mãe de Deus como advogada da ordem que ele havia criado, portanto não há como ser franciscano sem ser mariano, sem ser todo de Maria, sem ser escravo dela. Quantos franciscanos por esse Brasil afora se venderam ao marxismo, às idéia de Leonardo Boff e Cia Ltda. Que carregam uma bandeira vermelha do comunismo e não rezam nem mesmo o terço. É uma inversão de valores. Nossa Senhora muitas vezes em suas aparições particulares advertiu sobre os perigos do comunismo. Se ela que é a advogada da ordem, é contra o comunismo, por que afinal de contas tem tanto franciscano comunista, meu Pai? Entenderam tudo errado!
Francisco de Assis era modesto e não há como ser todo de Maria e não viver a modéstia. Mas e os frades de hoje? Largaram o hábito franciscano para vestir roupinha da moda, de marca, calça jeans coladinha e gelzinho no cabelo. Pelo amor de Deus!
O’ advogada dos pobres, cumpre conosco o teu ofício protetor por todo o tempo que foi predeterminado pelo Pai!
Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

Sabedoria de Padre Pio

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PioFaça penitência de meditar com arrependimento nas ofensas feitas a Deus; a penitência de ser constante na prática do bem, a penitência de combater seus defeitos.

Padre Pio nos fala hoje sobre fazer penitência e nos mostra outros tipos de penitências possíveis. Mas em primeiro lugar, por que devemos fazer penitência? Você já percebeu que uma palavra que usamos para designar a cadeia, ou prisão, o lugar onde ficam detidas as pessoas que cometeram crimes neste mundo é penitenciária? Penitenciária é um lugar de pagar penitência. A palavra penitência indica uma pena imposta para pagar por um determinado erro. Os atos mais comuns de penitência são os jejuns, orações, esmolas, vigílias e peregrinações. Devemos fazer penitência para pagar pelos nossos pecados. Quando você peca, se arrepende profundamente, faz o firme propósito de não pecar novamente e procura um sacerdote para se confessar, a Igreja perdoa o seu pecado, mas impõe um penitência, um ato de reparação daquele erro cometido. E assim pagamos pela pena temporal. Se não pagarmos aqui nesta vida, fazendo penitências, deveremos pagar depois, no purgatório, o que de fato é muito pior. Disse-nos Santo Tomás de Aquino que: “Sendo o pecado um ato desordenado, é evidente que todo o que peca, age contra alguma ordem. E é, portanto decorrência da própria ordem que seja humilhado. E essa humilhação é a pena”
O catecismo da Igreja Católica quando nos fala sobre penitência diz que: “O quarto mandamento (‘Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja’) determina os tempos de ascese e penitência que nos preparam para as festas litúrgicas; contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos instintos e a liberdade de coração”.
Somos chamados a fazer penitência sempre, mas a Igreja determinada momentos específicos do ano litúrgico como dias de penitência. São eles todas as sextas-feiras do ano. Isso mesmo, eu disse todas as sextas-feiras, a não ser que um solenidade caia na sexta, aí não, aí não precisa, nem se deve fazer penitência. E tem muita gente que achava que penitência era só pra sexta-feira Santa, não é mesmo? Enfim, todas as sextas-feiras do ano inteiro e o tempo da quaresma. Lembrando que durante a quaresma só não se faz penitência aos domingos, pois, afinal domingo é dia do Senhor, ou seja, todo domingo é Páscoa, todo domingo é um dia solene.
O tempo da Quaresma está chegando. A Igreja ensina e estimula o católico a praticar o jejum, a oração e a esmola. Essas três formas de penitência são um remédio para o combate das doenças espirituais, sendo que o jejum auxilia no combate à gula, a oração no combate ao orgulho e à soberba, e a esmola no combate à avareza. Quando falamos em jejuar na quaresma sempre surgem muitas dúvidas. Primeira: “qual a diferença entre jejum e abstinência?”. Basicamente, jejuar é ficar sem comer nem beber nada. Sabemos que Jesus jejuou quarenta dias no deserto e que nosso seráfico pai, Francisco de Assis, também costumava fazer longos jejuns, não só ele, mas muito outros santos também. A Igreja nos pede jejum em apenas dois dias, que são: a quarta-feira de Cinzas e a sexta-feira da paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. No jejum, o fiel faz apenas uma refeição completa naquele dia e pode fazer até duas outras refeições parciais, mas não pode ficar comendo nos intervalos entre uma refeição e outra. Quem está obrigado a jejuar? Estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade até os sessenta anos começados. Mas, nós pais, devemos incentivar nossos filhos a jejuarem mesmo quando criança, pois isso só fará bem para a salvação deles. Já em relação à abstinência, a expressão abster-se significa privar-se, deixar de fazer alguma coisa. A Igreja pede a abstinência de carne para todas as sextas-feiras do ano e para o tempo da quaresma. Lembrando que a única carne que está liberada é o peixe. Todas as outras são proibidas. E quem está obrigado à lei da abstinência são aqueles que tiverem completado catorze anos de idade. Mas o cânon diz que devemos observar a abstinência de carne ou de outro alimento, segundo as prescrições da Conferência dos Bispos. Então haveria aí a possibilidade de fazermos abstinência de outro alimento que não a carne, embora eu ainda acredite que a carne por ser um alimento que demora mais tempo para ser digerida, e mata a fome por mais tempo, é o alimento ideal para nos abstermos. Mas vejamos o que diz a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil sobre esse cânon, já que ela teria autoridade para criar prescrições próprias sobre este assunto. A CNBB afirma que o fiel católico brasileiro pode substituir a abstinência de carne por uma obra de caridade, um ato de piedade ou comutar a carne por um outro alimento. Aí fica fácil demais não é mesmo? Não tem desculpa pra não fazer penitência. Ainda mais quando temos a plena consciência de o quanto a penitência faz bem para nós mesmos e ainda pode ser oferecida pelas almas do purgatório.
Mas padre Pio vai um pouco mais além, ele fala em penitência de meditar com arrependimento nas ofensas feitas a Deus. Será que quando deixamos de comer carne nas sextas-feiras ou na quaresma, nós não estamos apenas fazendo um ato mecânico? Apenas cumprindo um preceito? Padre Pio diz que devemos meditar, pensar sobre nossos erros, pensar sobre nossos pecados, e pensar com arrependimento. Chorar amargamente nossas culpas, por termos ofendido a Deus. E fazer o firme propósito de não mais fazer o mal, mas não só deixar de fazer o mal como fazer o bem, ou seja, a prática da caridade. Padre Pio chama de: a penitência de ser constante na prática do bem. Ser constante, não desistir, aconteça o que acontecer, fazer sempre o bem, pagar o mal com o bem, ser bom sempre, ser caridoso sempre. E, por fim, padre Pio fala sobre a penitência de combater nossos defeitos. Como é difícil não é mesmo? É muito mais fácil dizer: “eu sou assim mesmo, quem gostar de mim tem que me aceitar como eu sou”, do que olhar no mais profundo do espelho da alma e reconhecer nossos defeitos, e não só reconhecê-los, mas combatê-los. Ir contra aquilo que parece que é a nossa natureza, mas de fato, não é, é uma natureza afetada pelo pecado, e tentar superar, tentar derrotar. É uma luta interior muito grande. Você lutando com você mesmo para ser uma pessoa melhor, para ser um ser humano todo de Deus. Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

A devoção angélica de São Francisco

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MinistroMuitas pessoas não acreditam na existência dos anjos, mas eles existem e formam um exército com cargos e patentes diferenciadas. É o que chamamos de “a milícia celeste”, muito diferente desses anjinhos gnósticos das revistinhas de horóscopo e tarô. Cada um de nós tem o seu anjo da guarda que nos assiste, nos protege, cuida de nós e leva as nossas orações para Deus, uma vez que eles vêem a Deus face a face. Precisamos aprender a orar para o nosso anjo da guarda, não deixá-lo ocioso, dar tarefas à ele e agradecer à ele pelos livramentos. Infelizmente nos esquecemos de nosso anjo da guarda e vivemos como se ele não existisse. São Francisco tinha muita devoção ao seu anjo da guarda, mas não só a ele como a todos os anjos. Como nos lembra Tomás de Celano: “Francisco tinha a maior veneração pelos anjos, que estão conosco no combate e caminham ao nosso lado por entre as sombras da morte. Dizia que esses companheiros devem ser reverenciados em toda parte e que devemos invocá-los como nossos guardas. Ensinava a não ofender sua presença, e que não se devia ousar fazer diante deles o que não se faria diante dos homens”. Os anjos caminham ao nosso lado, estão sempre conosco e nos ajudam principalmente nos momentos mais difíceis. Precisamos aprender a venerá-los e reverenciá-los como fazia nosso seráfico Pai Francisco de Assis e invocá-los como guardas.
Se você é assaltado na rua, por exemplo, logo procura um policial, um guarda. Grita, chama por ele, pede ajuda. Se depositamos nossa confiança em seres humanos, por que não fazemos da mesma forma com os anjos, estes seres puros criados pelo Altíssimo para nos auxiliarem?
Francisco costumava dizer que as coisas que nos envergonhamos de fazer diante dos homens, também deveríamos ter vergonha de fazer na presença dos anjos, pois assim estaríamos ofendendo a sua tão estimada presença. E nosso angélico pai tinha uma devoção toda especial para com São Miguel Arcanjo, o príncipe da milícia celeste. Miguel, aquele que expulsou Lúcifer e seus anjos do paraíso como podemos conferir no livro de apocalipse, capítulo doze. O glorioso São Miguel, “Quem como Deus?”. Aquele que nos defende nos combates. São Miguel é tão importante que algumas seitas pseudoevangélicas acreditam que ele é o próprio Cristo. Mas heresias à parte, o grande arcanjo São Miguel é para nós refúgio contra as maldades e as ciladas do demônio e para ele, o pobrezinho de Assis fazia uma quaresma. Um período de jejum, oração e penitência. A quaresma era feita no monte Alverne e começava no dia quinze de agosto, dia da festa da Assunção da Virgem Maria e ia até o dia vinte e nove de setembro, dia da festa dos santos arcanjos: Rafael, Gabriel e Miguel. Francisco levava para o monte Alverne apenas um ou dois pãezinhos para passar a quaresma inteira e muitas vezes ainda sobrava. Algumas vezes ele passava os quarenta dias sem comer nem beber nada e no último dia comia um pedacinho de pão e tomava um pouquinho de água apenas por humildade para não correr o risco de ser comparado com Nosso Senhor que ficou os quarenta dias no deserto sem beber nem comer nada. Foi em uma dessas quaresmas em honra a São Miguel que nosso angélico pai recebeu os estigmas. As marcas da paixão de Cristo em seus pés, mãos e lado.
Nós franciscanos também somos devotos de São Miguel e fazemos todos os anos uma quaresma em honra deste tão valoroso soldado de Cristo, responsável por receber as almas no juízo. Claro que não somos tão rigoroso como São Francisco, mas rezamos diante da imagem de São Miguel e todos os dias oferecemos um pequeno sacrifício. Que por intercessão de São Francisco de Assis, expulse todos os demônios de nossa vida, o glorioso São Miguel Arcanjo.
Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

Sabedoria de Padre Pio

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Padre PioOs santos tem sempre razão! É inútil discutir com eles.

Os santos não nasceram santos, foram homens e mulheres iguais a cada um de nós. Não tinham superpoderes, mas a medida em que foram abrindo seus corações para Deus, a medida em que se fizeram dóceis ao Espírito Santo, foram santificando-se e Deus foi os cumulando de graças e dons extraordinários. Os santos foram pessoas comuns que nasceram de um pai e uma mãe e que sentiam medo, frio, dor, tinham fome, sede, mas que em um determinado momento da vida descobriram que Deus é o maior tesouro e que nada faz sentido fora dEle. Portanto podemos dizer que a vida do santo está dividida em três partes. A vida profana, a vida de santidade e a vida eterna onde hoje estão intercedendo por nós. A vida profana foi aquele período antes de sua conversão. Santo Agostinho, por exemplo, andava com prostitutas, outros santos, não tinham uma vida pecaminosa antes da conversão, mas tinham outros objetivos na vida que não buscar a Deus. A vida de santidade não é um período mágico em que de repente, a pessoa se converteu e agora ela não comete mais nenhum erro, nenhum pecado e vive como um anjinho voando por aí, mas sim uma busca pela santidade. Um caminhar incansável, uma verdadeira batalha em que a cada dia sobe-se um degrau em direção ao reino dos céus. Quando padre Pio diz que os santos tem sempre razão e que é inútil discutir com eles, logo percebemos que ele não está falando da vida profana. Na vida profana, os santos nem sempre tinham razão. E alguns casos até podemos dizer que sempre estavam errados. Mas, então de qual etapa da vida dos santos, padre Pio está falando? Podemos dizer que das duas últimas. A vida de santidade e a vida na eternidade. Na vida de santidade, os santos deixaram muitos escritos e hoje podemos consultá-los e saber o que pensavam e conhecer seus ensinamentos. Alguns santos são até chamados de doutores da Igreja por causa de seus ensinamentos. Então, quando há uma discussão teológica, recorremos sempre aos ensinamentos dos santos. Quando temos dúvidas sobre a correta interpretação de um determinado trecho bíblico, recorremos aos ensinamentos dos santos. E eles estão sempre certos, não adianta discutir com eles.
Analisando por um lado mais místico, os santos hoje estão nos céus, junto de Deus, portanto como discutiríamos com eles? Através das nossas orações. Se os santos ouvem nossas orações e as levam para Deus, podem também falar conosco diretamente aos nossos corações. E não adianta pedir pra santo Antônio pra casar com um moço rico e bonito, se o santo sabe que isso não é o melhor pra você. O santo conhece a vontade de Deus, pois está junto de Deus, diferentemente de nós que estamos neste vale de lágrimas. Então, não adianta pedir coisas aos santos, quando você mesmo, no fundo do seu coração já sabe que está errado em pedir tal coisa, já sabe que não é isso que Deus quer para a sua vida.
Portanto, sejamos dóceis ao Espírito Santo de Deus e ouçamos a voz dos santos, misticamente ou através de seus escritos e ensinamentos. Não discutamos com eles, mas nos espelhemos na vida deles e os imitemos para progredirmos em nossa vida espiritual e caminharmos em direção à santidade, rumo aos céus, pois afinal de contas, os santos estão sempre certos, diz padre Pio.
Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

Francisco de Assis: Devoto do Amor de Deus

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MinistroJesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai, senão por meio dEle. O Caminho e não um dos caminhos. Não há outro sumo pontífice, não há outro que nos ligue ao Pai. Mas Jesus escolheu doze Apóstolos e deu a eles uma missão: “Ide pelo mundo inteiro e pregai o evangelho a toda criatura”. Portanto, os apóstolos serviam de ponte entre o povo e Jesus. Eles batizavam aqueles que criam e dessa forma, os neoconvertidos passavam a fazer parte da Igreja, do corpo de Cristo. Os apóstolos fizeram discípulos e esses discípulos outros discípulos e dessa forma foi se multiplicando o número daqueles que entregaram sua vida pela salvação das almas. Essas pessoas não são outros caminhos, afinal há um só Caminho: Jesus. Mas elas nos levam até o Caminho, nos levam até Jesus. No céu há uma multidão de santos como São Francisco de Assis. Os santos não são anjos, não são deuses, não são adorados como uma divindade, mas são pessoas que viveram aqui nesta terra dando-nos o exemplo e nos guiando até Jesus que é o Caminho que nos leva ao Pai. Eles não nascerem santos, mas foram buscando a perfeição evangélica a cada dia num processo de purificação muitas vezes doloroso. Um processo rigoroso de muita penitência e prática da caridade. Se durante a vida os santos nos ajudaram com seus ensinamentos e exemplos a sermos pessoas melhores, hoje que eles estão junto de Deus no reino dos céus podem ouvir nossas preces e levá-las até Jesus. Assim surgem as devoções. Alguns são devotos de São Francisco, outros de Santo Antônio, São José, Santa Paulina, São Bento, São Pio de Pietrelcina e assim por diante.
Nosso seráfico Pai, Francisco de Assis enquanto caminhava por esse mundo, renunciou a tudo para viver na mais completa pobreza pedindo esmolas e fazendo terríveis jejuns e mortificações. Ele que já era santo em vida, tinha também as suas devoções. Todo católico é devoto da Eucaristia, devoto de Nossa Senhora, mas também tem as suas devoções particulares, pois simpatiza mais com este ou aquele santo. Gosta de rezar mais este ou aquele ofício. Tomás de Celano nos conta que vale a pena e pode ser interessante falar um pouco das devoções particulares de Francisco. Apesar de ser um homem devoto em todos os pontos, pois gozava da unção do Espírito, tinha especial inclinação por algumas formas de piedade. Ele nos lembra que o pobrezinho de Assis era devoto do “amor de Deus”. “Devoto do amor de Deus”, que bonito isso. Ele não podia ouvir falar no amor de Deus que já se derretia todo. E se alguém pedisse algo para ele por amor de Deus, nunca deixava de atender. Às vezes nós, no nosso dia a dia fazemos mal uso da expressão “por amor de Deus” e acredito que pecamos com isso desobedecendo ao decálogo que diz: “não pronunciar o nome de Deus em vão”. Quantas vezes eu ouço pessoas discutindo em que de repente uma delas diz: “Cale essa boca pelo amor de Deus”, ou ainda falam palavrões e colocam o amor de Deus no meio. O amor de Deus é o maior amor que pode existir. É um amor misericórdia, pois não merecemos Seu amor. Portanto o amor de Deus é um dom, uma dádiva, algo que Ele nos dá gratuitamente mesmo sem merecermos e o mínimo que podemos fazer é ama-lO de volta. Quando alguém nos pede uma ajuda, uma favor pelo amor de Deus é algo que não podemos negar, se de fato amamos a Deus. Ajudar mesmo que a pessoa não mereça, pois nós também não somos merecedores do amor de Deus, mas se de graça recebemos, de graça devemos dar. Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

Sabedoria de Padre Pio

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Padre PioDeixa o que está na terra; vai em direção ao Céu.

Deus nos fez para o céu, para a glória, para sermos eternamente felizes em Sua presença juntamente com os anjos e santos. Nesta terra somos estrangeiros, peregrinos, caminhando rumo à Terra Prometida, a Jerusalém Celeste. Portanto, somos como nômades, vivendo em acampamentos. Nossa vida é breve, assemelha-se a um sopro que passa. E passa tão rápido, não é mesmo? Por isso não devemos nos apegar a esta vida, a esta terra, devemos estar sempre prontos para partir, para levantar acampamento. E que a irmã morte não nos surpreenda como um ladrão que chega sem avisar o dia ou a hora e nos pega despreparados. Devemos vigiar e orar, estar já a caminho do Céu. Vivendo uma vida de santidade já aqui nesta terra, com jejuns, penitências, mortificações e a prática da caridade. Confessando-se com freqüência e comungando em todas as Santas Missas, oxalá todos os dias.
Por que nos preocupamos tanto com as coisas dessa vida, que é passageira e não damos importância para a vida eterna? Aqui vivemos em média setenta anos, mas e depois disso? Para onde vai nossa alma? Onde queremos passar a eternidade? Nos preocupamos com o que vamos comer, o que vamos vestir, onde vamos morar, nos preocupamos com o carro, a TV a cabo, a internet, a escola das crianças e rezamos só quando sobra tempo, vamos à missa só quando temos vontade. Vivemos egoisticamente e pensamos em acumular, ter, ter, ter. Riquezas, bens materiais. Tudo isso vai passar. Tudo isso vai ficar. Tudo isso será corroído pela ferrugem e comido pela traça. Mas nossa alma é eterna. E o destino de nossa alma é um reflexo das nossas atitudes nesta vida. Se vamos para o céu ou para o inferno depende de quem fomos nesta vida. Por isso padre Pio nos diz para deixarmos o que está na terra e irmos em direção ao Céu. Desapegar. Viver em desprendimento. Ter como se não tivesse. Colocar os bens à serviço de todos e fazer penitência pelos nossos pecados para sermos pela misericórdia de Deus acolhidos no reino dos céus.
Não pense que levando uma vida desregrada, cheia de vícios e pecados entraremos no céu, revestidos da graça de Deus como pregam algumas seitas pseudoevangélicas. Não. No céu só entra santo. E para isso precisamos progredir na vida de santidade. Isso é ir em direção ao céu. Abandonar aos poucos tudo aquilo que nos afasta de Deus e perceber que não existe felicidade verdadeira nesta terra. Que toda glória aqui é vã.
Como nós fomos feitos para a glória do Céu, acabamos buscando glória aqui na terra. Queremos fama, sucesso, reconhecimento, dinheiro, mas tudo isso é vanglória. Quando finalmente aprendermos que felicidade é só no reino dos céus, talvez comecemos a dar menos valor para as coisas dessa vida e caminhar em direção às coisas do alto, as coisas do céu, pois é lá que queremos passar a eternidade.
Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

Não deixe as distrações te desviarem do teu objetivo maior

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MinistroSão Francisco não tinha nada contra os estudos, nada contra a ciência, mas ele percebia que algumas pessoas procuravam a ciência com desprezo da virtude, ou seja, davam mais valor aos saberes do mundo do que as práticas da virtude. Para o santo, ser uma pessoa simples, temente a Deus, que vive piedosamente é mais importante do que ser um doutor nas ciências do mundo. Ele costumava dizer: “Os meus irmãos que se deixam arrastar pela curiosidade da ciência vão se encontrar de mãos vazias no dia da retribuição. Gostaria que se reforçassem mais com virtudes para que, vindo os tempos de tribulação, tivessem o Senhor consigo na hora da angústia. Porque virá uma tribulação em que os livros não vão servir para nada, e serão jogados nas janelas e nos desvãos”. Com isso ele queria dizer que determinados estudos poderiam se transformar em uma distração que tiraria os irmãos do caminho do Senhor. E nos dias de hoje poderíamos citar vários tipos de distrações: a TV, a internet, os joguinhos no celular e por aí vai. Tudo aquilo que rouba o tempo que você poderia estar dedicando à sua fé, à oração e à salvação das almas se torna um supérfluo que servirá de pedra de tropeço na tua vida. A pessoa trabalha o dia todo, chega em casa cansado e já liga a TV, ou vai navegar na internet. E gasta todo o seu tempo até a hora de ir dormir. Antes de dormir, já deitado, dá mais uma olhadinha no celular. Mas e a oração, onde fica? No fim de semana, churrascada com os amigos, futebol na TV, cerveja até cair, muitos passeios, praia, camping e etc., mas e onde fica o dia do Senhor? Não encontra tempo para ir a missa? Na correria do dia a dia encontra tempo para fazer tantas coisas, mas não consegue rezar o terço. Vai acumulando pecados ao longo da vida, mas não se preocupa em procurar um sacerdote e fazer uma boa confissão. É disso que São Francisco está falando, de trocarmos as virtudes por vãs curiosidades. Não há problemas em você assistir um bom filme na TV ou até mesmo uma partida de futebol. Não há problemas em fazer um churrasquinho com os amigos, sair, passear, se divertir. Não há problemas em dedicar uns minutinhos para um joguinho no celular. Mas tudo isso desde que você esteja em dia com suas orações e esteja praticando as virtudes. Não deixe essas distrações te atrapalharem e te desviarem do teu objetivo maior: o céu. O pobrezinho de Assis dizia que um dia virá uma tribulação em que os livros não vão servir para nada e serão jogados fora. Quando a tribulação vier, de que vai valer o tempo que você passou assistindo TV ou navegando na internet ou fazendo festas? Absolutamente nada, mas o que vai contar é o quanto você alimentou o espírito para torná-lo uma base sólida para a vida espiritual.
Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

Sabedoria de Padre Pio

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PioDê a mim, Senhor, todas as tristezas e todos os sofrimentos de meus irmãos.

Jesus carregou sobre si todas as nossas culpas e sofreu a mais terrível das dores. Foi flagelado, e pregado numa cruz. Não há registros de outro ser humano que tenha sofrido tanto nesta terra. E tudo isso por que? Por amor de nós. Para nos salvar, nos libertar de nossos pecados. Ele quis livremente entregar-se nas mãos de seus algozes para sofrer os nossos sofrimentos. Um Deus que se fez carne e veio habitar em nosso meio para ser igual a nós em tudo, exceto no pecado. É difícil podermos compreender tamanho amor. Mas em tudo devemos imitar o mestre. E se queremos ir para o céu precisamos sofrer também. Já sabemos que aqui nesta vida não há felicidade, que a verdadeira felicidade só a encontraremos no reino dos céus, portanto o que existe aqui é a falsa felicidade e mesmo assim nós a invejamos. Desejamos coisas, fama, reconhecimento, dinheiro, status social, mas sabemos que desta vida nada levaremos. Aqui há sofrimento, há dor, há tribulação e precisamos agüentar firmes. Mas e se ao invés de simplesmente agüentarmos sem murmurar, nós resolvêssemos amar o sofrimento? E se ao invés de pedirmos coisas materiais para Deus pedíssemos mais sofrimento? Claro, quanto mais sofrimento, mais purificação. Podemos oferecer o sofrimento pela nossa salvação, pela salvação de nossos entes queridos e também pelas almas do purgatório. Sofrer um pouquinho daquilo que Jesus sofreu e como membros de Seu sacrossanto corpo, sermos corredentores. Sei que é difícil, mas comece agradecendo a Deus quando estiver sofrendo. Louve a Deus pelo sofrimento e quando o sofrimento estiver acabando, peça que Ele envie mais. A dor purifica. Melhor nos purificarmos aqui nesta vida, do que no purgatório onde a dor será incomparavelmente maior. Padre Pio pedia a Deus que desse a ele todas as tristezas e todos os sofrimentos de seus irmãos. Aí nós vemos além de tudo que já escrevi sobre a dor que purifica, o sentimento de compaixão. De preferir sofrer do que ver o outro sofrer. Somos assim com nossos filhos. Quando um filho fica doente, se pudéssemos, se fosse possível trocar, estar no lugar dele, ficar doente para vê-lo curado, ficaríamos, não é mesmo? Padre Pio estende isso a todos os irmãos e ele não está falando apenas dos confrades da Ordem, mas de todos os irmãos em Cristo. E tanto isso é verdadeiro que ele foi encontrado digno de receber as chagas de Cristo. As feridas nas mãos, nos pés e no lado.
Se todos tivessem dimensão do bem que o sofrimento nos faz e faz às almas pelas quais oferecemos o sofrimento, quereríamos sofrer o tempo todo. E acabaríamos invejando o sofrimento do outro. Fulano ganhou na loteria, diz o noticiário da TV e você pensa: pobre coitado. Outro compra um carro importado e você fica com pena dele. Mas quando sabe que teu vizinho perdeu o filho em um acidente, gostaria de estar no lugar dele. Quando alguém que você conhece é diagnosticado com câncer, você gostaria de estar no lugar dele, pois você quer sofrer pelos seus amigos, você quer para si os sofrimentos e tristezas das pessoas porque você é cristão, ou seja, um outro Cristo. Mas infelizmente enquanto não nos dermos conta disso, enquanto ficarmos procurando vanglória e felicidade passageira nas coisas deste mundo, nunca nos configuraremos a Cristo e continuaremos nos afundando na lama do pecado. Não pense que entrarás no céu pecador revestido da graça de Deus como pregam os hereges oriundos da revolução protestante. No céu só entra santo, e como eu não sou santo e você não é santo, teremos que nos purificar para entrar no céu, seja aqui nesta vida ou no purgatório. Mas no purgatório será muito mais terrível.
Que assim seja, amém. Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

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