Não se fixe voluntariamente naquilo que o inimigo da alma lhe apresenta.
O inimigo da alma é o demônio. Muitos não acreditam na existência dele, dizem que é um mito, que foi criado pela igreja para colocar medo nas pessoas, mas não se dão conta de que quando dizemos ao final do Pai Nosso: “Mas livrai-nos do mal”, é do demônio que estamos falando. Livrai-nos do maligno, do inimigo da alma, pois ele nos apresenta muitas formas diferentes de ilusões que podem nos levar a perder a nossa alma, afinal, é isso que ele quer. Que sejamos condenados como ele já está condenado. Ele não pode fazer mal ao nosso corpo. O demônio é espírito, ele não tem um corpo, portando não pode atingir o nosso corpo. Ele não pode pegar uma faca e nos atacar por ex., e é justamente por isso que ele ataca a nossa alma. Ele enche a nossa cabeça de pensamentos obscuros, de mentiras. Mentiras que vão crescendo e se tornando verdades para nós. Ele vai fomentando o ódio, o orgulho, a vaidade, a inveja, principalmente em relação as pessoas que mais amamos para que nós possamos tomar atitudes concretas contra essas pessoas.
Quando o inimigo coloca uma coisa em nossa cabeça, devemos nos livrar daquele pensamento ruim antes que ele vá tomando forma. Peçamos ao nosso anjo da guarda que nos ajude a combater todos os maus pensamentos, pois muitos deles vêm do inimigo. Padre Pio nos diz: “Não se fixe voluntariamente naquilo que o inimigo da alma lhe apresenta”. Muitas vezes um pensamento bobo nos ocorre, mas aos poucos começamos a nos fixar nele. Sabe quando você pensa em alguma coisa e você diz: “Meu Deus! Que coisa horrível de se pensar!”. Foi um pensamento involuntário. Você não quis pensar naquilo e muitas vezes dizemos: “Senhor, afasta de mim este pensamento”. Às vezes pode ser algo da nossa própria humanidade, mas às vezes pode ser uma sugestão maligna. Por via das dúvidas devemos sempre afastar os maus pensamentos. Acontece que tem determinados pensamentos que voltam e começamos a montar uma historinha dentro da nossa cabeça. Como por ex. quando alguém nos faz alguma coisa ruim e ficamos pensando nunca forma de vingança. Por mais que tenhamos a plena convicção de que jamais levaremos aquela vingança a termo, sabemos também que pecamos por pensamentos e palavras, atos e omissões, portanto só de pensar, já estamos pecando. E às vezes estes pensamentos ficam por dias em nosso imaginário. Tudo porque já nos fixamos naquilo que o inimigo da alma nos apresentou. Bastou que ele sugerisse uma única vez e ficamos remoendo aquilo. E se não dermos um fim nestes pensamentos acabaremos até mesmo por colocá-los em prática.
O ciúme é também um bom exemplo. Sua esposa pode ser uma santa, seu esposo pode ser um santo, mas uma vez que o inimigo de Deus colocou em seu coração uma sugestão de que pode estar acontecendo uma traição, você começa a pensar em uma forma de descobrir a pseudotraição. Começa a seguir todos os passos da pessoa amada, ler emails, mexer no celular dele ou dela e assim por diante. Quando não resolve pagar na mesma moeda como se diz, e assim quem trai é você. Tudo porque satanás quer destruir seu casamento.
Quando você olha para uma pessoa atraente na rua e começa a imaginar ter certas intimidades com ela, são sugestões malígnas, portanto peça para a virgem santíssima te ajudar a afastar estes pensamentos. Peça para São José vir em auxílio a tua castidade, pois se não afastar estes pensamentos logo, vai começar a fantasiar e imaginar as cenas do que poderia acontecer e já estará pecando em pensamento.
Quantas vezes, a noite, ao deitar na cama, vêm em nossa cabeça pensamentos de morte, vontade de morrer? As coisas não vão bem, nada está dando certo: eu quero morrer, você pensa. Afaste estes pensamentos, reze. Peça a São Miguel Arcanjo que venha a te defender no combate, pois pensamentos assim, podem crescer e virar depressão. Você não quer morrer, você tem alegria de viver e é grato a Deus pelo dom da vida, mas as vezes pensa nestas coisas de forma involuntária.
Todos nós estamos sujeitos a ter pensamentos errados, pensamentos que não deveríamos ter. Pensamentos que não condizem com nossa caminhada de fé. Alguns deles, meramente humanos, embora também muito perigosos. Outros, sugestões diabólicas do inimigo de nossas almas. Seja como for, afastemos imediatamente estes pensamentos e não nos fixemos neles. Nos fixemos no Cristo que é o redentor de nossas almas. Que assim seja, amém.
Paz e bem!
Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs