Angelus 31-08-2014

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Ninguém mais está disposto a abrir mão de nada.

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MinistroJesus disse ao jovem rico, se quiseres ser meu discípulo, primeiro vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e depois me segue. Para seguir Jesus é preciso despojar-se de si mesmo, desapegar-se de tudo. E como somos apegados não é mesmo? Francisco fazia questão de que para o candidato poder entrar na ordem que antes ele distribuísse o seus bens entre os pobres.
Alguns institutos de vida consagrada até hoje tem essa prática. Mas o que nós vemos muito em nossos dias são jovens que ao entrar para o seminário deixam tudo arrumadinho em casa. Seu quarto fica arrumadinho do mesmo jeito que eles deixaram. Com aparelho de som, TV, computador e etc. Pois entram para o seminário já pensando que se não der certo, eles voltam pra casa e não perderam nada. Ninguém mais está disposto a abrir mão de nada.
Da mesma forma que o jovem rico saiu muito triste quando ouviu as palavras de Jesus, triste porque era apegado, triste porque não conseguia desapegar de seus bens, um jovem pediu a nosso seráfico Pai para entrar na ordem, mas, também não queria se desapegar. E tentou passar a perna em São Francisco e eu diria mais, tentou enganar-se a si mesmo, distribuindo seus bens entre os seus parentes.
Frei Francisco o repreendeu chamando-o de irmão mosca e não aceitou a sua entrada na ordem. O jovem voltou pra casa e pegou de volta suas coisas que estavam com seus parentes. Veja que se ele tivesse distribuído seus bens para os pobres e por algum motivo não conseguisse entrar na ordem, ou entrasse e depois de algum tempo quisesse desistir, mudasse de ideia e quisesse abandonar a ordem por algum motivo, ele ficaria sem seus bens, pois não haveria de conseguir recuperar aquilo que havia dado aos pobres. Então em sua perspicácia, o que ele fez foi uma questão de segurança, de não abandonar sua zona de conforto.
Francisco de Assis dizia aos frades que quando eles estivessem passando necessidades deveriam recorrer a outras pessoas, mas não aos que estavam entrando na Ordem. Ou seja, seria muito conveniente se Francisco dissesse que para entrar na ordem precisava dar todos os seus bens aos pobres da própria ordem, mas não, ele deixava muito claro a diferença entre os pobres de Deus e os pobres do mundo. O candidato ao ingresso na ordem deveria distribuir todos os seus bens aos pobres do mundo e quando os pobres de Deus estivessem passando necessidade nunca deveriam recorrer aos que estavam entrando na ordem, pois não seria bom exemplo.
Nós franciscanos seculares ao ingressar na ordem não nos desfazemos de nossos bens materiais, afinal de contas vivemos no mundo, temos nossa família, nossa casa, nosso trabalho e etc., mas aprendemos a nos desapegar. Ter como se não tivesse. Possuir as coisas como se elas nos fossem emprestadas e partilhar, repartir, dividir com os outros. Colocar os bens materiais a serviço das pessoas. Em nossos tempos enquanto franciscanos seculares não podemos abrir mão de ter uma boa casa, um carro, um computador, mas precisamos praticar o desapego.
Do que precisamos nos desapegar para seguir Jesus? Talvez hoje o maior desafio dos franciscanos seculares seja desapegar-se da vaidade, do orgulho, do egoísmo, da avareza, enfim, desapegar-se de todas as preocupações do mundo para entregar-se totalmente a Cristo sem reservas e sem medo.
Que nossa cabeça possa contemplar a sabedoria das coisas eternas. O peito e os braços sirvam para meditar as palavras de Deus no coração e coloca-las em prática. Que nosso ventre seja como que de cristal e que sua dureza demonstre sobriedade e o esplendor, da castidade. Que nossas pernas sejam firmes como o ferro da perseverança. E que possamos nos revestir de um manto miserável que é o nosso pobre corpo abrigando tão preciosa alma. Que assim seja, amém.

Paz e bem!

Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs

Testamento de São Francisco

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20 E eu trabalhava com minhas mãos (cfr. At 20,34), e quero firmemente que todos os outros frades trabalhem em trabalho que convém à decência.

Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior – Christo Nihil Praeponere

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Direção Espiritual: Como descobrir a minha vocação?

Antes de descobrir qual caminho vocacional seguir, é preciso ter bem firme a nossa vocação à eternidade. Afinal, esta existência só pode ter verdadeiro sentido fora dela, numa realidade transcendente e atemporal. Caso contrário, como pregaram os filósofos existencialistas, só existe o nada.

Fonte: http://padrepauloricardo.org

Evangelho – Mt 16,21-27

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Evangelho+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
Naquele tempo: Jesus começou a mostrar a seus discípulos que devia ir à Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: ‘Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!’ Jesus, porém, voltou-se para Pedro, e disse: ‘Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus mas sim as coisas dos homens!’ Então Jesus disse aos discípulos: ‘Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro mas perder a sua vida? O que poderá alguém dar em troca de sua vida? Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta.
Palavra da Salvação.

São Raimundo Nonato, modelo de santidade

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Santo do diaHoje, celebramos a vida do santo que se tornou modelo para todo vocacionado à santidade e ao resgate das almas. Por ter encontrado dificuldades para vir à luz, é invocado como patrono e protetor das parturientes e das parteiras (seu nome significa “não nascido” porque foi extraído vivo das entranhas da mãe já morta).
São Raimundo Nonato nasceu na Espanha, em Portel, na diocese de Solsona (próximo a Barcelona) no ano de 1200. Ainda menino, teve de guardar o gado e, durante seus anos de pastor, visitava constantemente uma ermida de São Nicolau, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora de quem era devotíssimo.
Conta-se que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho. Desde jovem, Raimundo Nonato percebeu sua inclinação à vida religiosa. Seu pai buscou, sem êxito, impedi-lo de corresponder ao chamado vocacional. Ao entrar para a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, pôde receber do fundador: São Pedro Nolasco, o hábito. Assim, tornou-se exemplo de ardor na missão de resgatar das mãos dos mouros, os cristãos feito escravos.
Certa vez, São Raimundo conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos, porém, quando na Argélia acabaram-se os recursos para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, o Missionário e Sacerdote Raimundo, entregou-se no lugar de um dos cristãos. Na prisão, Raimundo pregava para os muçulmanos e cristãos, com tanta Unção que começou a convertê-los e desse modo sofreu muito, pois chegaram ao extremo de perfurarem os seus lábios com um ferro quente, fechando-os com um cadeado. Foi mais tarde libertado da prisão e retornou à Espanha.
São Raimundo Nonato, morreu em Cardona no ano de 1240 gravemente doente. Não aguentou atingir Roma onde o Papa Gregório IX queria São Raimundo como Cardeal e conselheiro. O seu corpo foi descansar na mesma ermida de São Nicolau em que orava nos seus anos de pastor.

São Raimundo Nonato, rogai por nós!

Pela primeira vez no seu Pontificado, o Papa Francisco unirá 20 casais em matrimônio no Vaticano

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01No próximo dia 14 de setembro, vinte casais da Diocese de Roma (Itália), serão os protagonistas dos primeiros casamentos que o Papa Francisco celebrará no seu Pontificado. A cerimônia acontecerá na Basílica de São Pedro a poucas semanas do início do Sínodo das Famílias, informou a agência I.Media.
O Santo Padre em várias ocasiões já falou sobre a importância de preservar o sacramento do Matrimônio.
No dia 14 de fevereiro deste ano, durante um encontro com 20 mil noivos de diferentes lugares do mundo, deu uma série de conselhos para celebrar bem o matrimônio católico. “Façam de um modo que seja uma verdadeira festa, uma festa cristã, não uma festa social!”, expressou o Papa.
Nesse dia, o Pontífice também recordou que o matrimônio é “um trabalho de todos os dias e poderia dizer um trabalho artesanal, um trabalho de ourivesaria, porque o marido tem a tarefa de fazer mais mulher a sua mulher e a mulher tem a tarefa de fazer mais homem a seu marido. Crescer também em humanidade, como homem e como mulher. Mas isto se faz entre vocês. Isto se chama crescer juntos”.
Posteriormente, em 25 de abril, Francisco enfatizou a santidade e indissolubilidade do matrimônio cristão quando recebeu um grupo de bispos africanos.
“O matrimônio cristão é uma aliança de amor para toda a vida entre um homem e uma mulher que implica sacrifícios reais para afastar-se das noções ilusórias da liberdade sexual e fomentar a fidelidade conjugal”. Além disso, expressou o seu apreço pelos programas de preparação para o matrimônio que dão aos jovens ”uma nova esperança para seu futuro como maridos e esposas, pais e mães”.
Do mesmo modo, em 2 de junho, na Missa matutina na Casa Santa Marta, o Papa chamou os casais cristãos a amar-se como Cristo ama a sua Igreja, com fidelidade, perseverança e fecundidade.
Antes de Francisco, São João Paulo II celebrou vários casamentos em público por ocasião do primeiro encontro mundial das famílias, organizado na Santa Sé em outubro de 1994.

Fonte: http://www.acidigital.com

Divisão entre cristãos é um dos pecados mais graves, diz Papa

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01Na catequese desta quarta-feira, 27, na Praça São Pedro, Papa Francisco retomou o ciclo de catequeses sobre a Igreja. Ele refletiu sobre a unidade e a santidade da Igreja, destacando que a divisão é um dos pecados mais graves em uma comunidade cristã.
A unidade e a santidade na Igreja são frutos de Deus, e não da obra humana, disse o Papa. Porém, ao mesmo tempo em que a Igreja é santa por ser fundada em Jesus Cristo e animada pelo seu Espírito, ela é composta por pecadores, com suas fragilidades e misérias.
“Então, esta fé que professamos nos impele à conversão, a ter a coragem de viver cotidianamente a unidade e a santidade, e se nós não somos unidos, se não somos santos, é porque não somos fiéis a Jesus”.
Embora o desejo de Cristo seja que “todos sejam um só”, Francisco advertiu que há muitos pecados contra a unidade. Ele se referiu não somente aos cismas, mas aos chamados “pecados paroquiais”, a exemplo da fofoca.
“Às vezes, de fato, as nossas paróquias, chamadas a serem lugar de partilha e comunhão, são tristemente marcadas por inveja, ciúmes, antipatia…. E as fofocas são acessíveis a todos. Como se fofoca nas paróquias! Isto não é bom (…) esta não é a Igreja. Isto acontece quando almejamos os primeiros lugares; quando nos colocamos no centro”.
Olhando para a história da Igreja, o Papa recordou que já houve muitas divisões entre os cristãos e ainda agora essa é uma realidade. Mas isso não é cristão, disse Francisco, defendendo a unidade entre todos os cristãos, que é a vontade de Jesus.
“Em uma comunidade cristã, a divisão é um dos pecados mais graves, porque a torna sinal não da obra de Deus, mas da obra do diabo, que é por definição aquele que separa, que arruína as relações, que insinua preconceitos”.
Francisco convidou os fiéis a fazerem um exame de consciência e a pedirem perdão por todas as vezes em que causaram divisões ou incompreensões. “Façamos ressoar no nosso coração estas palavras de Jesus: ‘Bem aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus’ (Mt 5, 9).

Fonte: http://www.cancaonova.com

Papa telefona ao sacerdote iraquiano que lhe escreveu uma carta dramática

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01O Papa Francisco telefonou ao sacerdote iraquiano, Pe. Behnam Benoka, em resposta a uma carta dramática. O vice-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Ciro Benedettini, informou que a ligação aconteceu logo depois que o Santo Padre voltou da sua Viagem Apostólica à Coréia, na manhã do dia 19. O sacerdote vive em Bartella, uma pequena cidade cristã perto de Mosul, no norte do Iraque.
No telefonema, o Santo Padre manifestou profunda comoção pela carta recebida do vice-reitor do Seminário católico de Ankawa. O Papa também expressou gratidão aos voluntários que trabalham nos campos de refugiados e deu pleno apoio, participação espiritual, solidariedade e proximidade aos cristãos perseguidos. O Santo Padre prometeu, ainda, que continuará a fazer o melhor possível para proporcionar alívio aos seus sofrimentos.
O telefonema foi finalizado com uma Bênção Apostólica concedida pelo Papa ao sacerdote e a sua comunidade iraquiana, pedindo ao Senhor para que lhes dê o dom da perseverança na fé.
A carta do sacerdote era intitulada: “Uma carta de lágrimas”. No texto, o sacerdote explicou ao Santo Padre a trágica situação de centenas de milhares de cristãos: “Santidade, a situação das suas ovelhas é miserável. Eles morrem e têm fome. Seus pequenos têm medo e não aguentam mais. Nós, sacerdotes, religiosos e religiosas, somos poucos e tememos não conseguir responder às exigências físicas e psíquicas dos filhos deles, que também são nossos”.
O sacerdote expressou ainda seus temores e pediu bênçãos: “Escrevo com as minhas lágrimas, porque estamos em um vale escuro no meio de uma grande alcateia de lobos ferozes. Santidade, tenho medo de perder os seus pequenos, em especial os recém-nascidos que, a cada dia, se cansam e se debilitam mais; temo que a morte leve embora alguns deles. Mande-nos a sua bênção para termos a força de seguir em frente e, quem sabe, resistir ainda mais “.

Fonte: http://www.radiovaticana.va

Não fomos feitos apenas para ter casa própria, bom emprego, carro novo, muito dinheiro no banco.

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Dom Alberto Taveira

Dom Alberto Taveira

“Feliz quem teme o Senhor e segue seus caminhos. Viverás do trabalho de tuas mãos, viverás feliz e satisfeito” (Sl 127, 1). Deus nos criou como participantes e responsáveis pela vida, a natureza e o mundo. Olhar em torno de nós é encontrar-nos em casa e nos dispormos a edificar com serenidade o lar comum, com as peças da fraternidade e da solidariedade. Segundo o plano do Senhor, temos as condições para realizar tal tarefa, ainda que, com inquietante frequência, nossas ações pareçam justamente destruir a obra de Deus e de tantas gerações. É que convivemos com o doloroso mistério do pecado, cuja presença já as primeiras páginas da Bíblia constataram. Desde o princípio, parece que apraz à humanidade fazer o jogo da violência, como crianças e adolescentes em brincadeiras eletrônicas, tantas delas montadas em plataformas de destruição recíproca. Incrível é ver quantos marmanjos de idade ou estatura avançada se dediquem a tais “retratos da vida”!
Ao formar seus discípulos, Jesus lhes propõe um jogo diferente (Cf. Mt 16, 21-27), cujas peças têm nomes que se tornam caminhos de realização e de salvação (Cf. Mt 16, 24-25). Primeira delas é “Se alguém quer”, para dar o segundo passo que é “seguir”. A terceira é “renuncie a si mesmo” e quarta é “tome a sua cruz”. Regra do jogo é “quem perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la”.
Deus nos ofereceu o precioso dom da liberdade, dando-nos a possibilidade de nos comprometer com o seu plano. Os objetivos escolhidos na vida estabelecem os rumos a serem percorridos. Quem começa mal, escolhendo metas limitadas, já compromete a corrida da existência. Não fomos feitos apenas para ter casa própria, bom emprego, carro novo, muito dinheiro no banco. Deixemos que o Senhor nos pergunte sobre o que queremos efetivamente! Ideal digno dos homens e mulheres que Deus criou e que somos nós, é justamente aquele que foi descrito nas primeiras páginas da Sagrada Escritura (Cf. Gn 1-2): Deus reconhecido como Criador e Pai de todos, homens e mulheres feitos à sua imagem, com inteligência e liberdade, a fraternidade e o senhorio em relação à criação. Poucas palavras que refletem o plano de Deus. Para entrar no jogo da vida, saber decidir!
Renunciar a si mesmo! Trata-se de mudar o eixo da existência, quando os impulsos da natureza pedem acúmulo de bens e afetos. A maturidade humana efetiva só pode acontecer quando um homem ou uma mulher alcançam esta altitude. Muitas pessoas só conseguirão dar este passo nos instantes derradeiros da existência nesta terra, quando tiverem que se desapegar de tudo, pois deverão apresentar-se diante do Criador. É melhor antecipá-lo! É mais saudável viver não para si, mas para Deus e o próximo, e não são poucos os exemplos de gente que soube fazer esta mudança.
A decisão do cristão comporta o seguimento. A palavra “discípulo” indica a escolha feita, quando se escolhe ir atrás de alguém, com coração e ouvido aberto, pronto a pisar no mesmo rastro daquele que foi reconhecido como mestre. E como não faltam mestres entre as muitas companhias que nos são oferecidas pelo caminho, a proposta é escolher Jesus: “Deu-me o Senhor Deus uma língua habilidosa para que aos desanimados eu saiba ajudar com uma palavra. Toda manhã ele desperta meus ouvidos para que, como bom discípulo, eu preste atenção. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fiquei revoltado, para trás não andei” (Is 50, 4-5).
Os discípulos chamados pelo Senhor Jesus tiveram surpresas. Uma delas, que assustou de forma especial aquele que tinha sido declarado “Pedra” (Cf. Mt 16, 21-23), foi a Cruz. Carregá-la com disposição é regra de jogo na vida cristã. Não se engane quem quer empreender esta estrada, mas decida-se a abraçá-la. Tomar a cruz não significa cultivar um gosto doentio pelo sofrimento ou os muitos incômodos da vida, pois a dor sozinha não gera frutos. Cruz significa transformar, como escolha livre, todos os atos da existência em amor a Deus e ao próximo, saindo de si mesmo para fazer o bem. Quer dizer encontrar o caminho diário da salvação, olhando para o alto, no amor a Deus, e abrir os braços no amor ao próximo. Na confluência dos dois amores se eleva a cruz e esta vem a ser abraçada e não arrastada.
A regra de vida a ser acolhida pelo cristão e proposta a todas as pessoas que desejam a felicidade autêntica é assim descrita por Jesus, num encontro que desencadeou nova etapa na vida de seus discípulos. É que a novidade era tão grande que o Senhor precisou acompanhá-los bem de perto, aproveitando as lições do caminho a ser percorrido, para aprenderem o jeito novo de viver (Cf. Mc 8, 1 – 10, 52).
“Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir! Foste mais forte do que eu e me subjugaste! Tornei-me a zombaria de todo dia, todos se riem de mim. Sempre que abro a boca é para protestar! Vivo reclamando da violência e da opressão! A palavra de Deus tornou-se para mim vergonha e gozação todo dia. Pensei: ‘Nunca mais hei de lembrá-lo, não falo mais em seu nome!’ Mas parecia haver um fogo a queimar-me por dentro, fechado nos meus ossos. Tentei aguentar, não fui capaz” (Jr 20, 7-9). Quando tantos podem pensar que as regras propostas por Deus não atraiam, eis que muita gente se dispõe a seguir o Senhor, aceitando passos do jogo da vida que parecem absurdas. No entanto, são elas o caminho da felicidade verdadeira! O contato com Deus, visto inclusive pelos profetas como verdadeira sedução atrai as pessoas. Que mais pessoas aceitem este jogo, no qual a vitória é certa, pois as partes envolvidas são o Céu e a Terra. Deus ama a humanidade e a faz parceira na construção de um mundo diferente! “Quem quiser salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará. De fato, que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida?” (Mt 16, 25-26).

Fonte: http://www.zenit.org

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