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103. O bispo de Terni
1 Certa vez, quando estava pregando ao povo em Terni, na praça na frente do palácio do bispo, estava assistindo a esse seermão o bispo da cidade, homem discreto e espiritual.
2 Daí, quando acabou a pregação, o bispo levantou-se e, entre outras palavras de Deus, também disse:
3 “O Senhor, desde o começo, quando plantou e edificou a sua Igreja (cfr. Mt 16,18) sempre a fez brilhar por santos homens, que a cultivassem pela palavra e pelo exemplo.
4 Mas agora, nesta última hora (cfr. 1Jo 2,18) ilustrou-a com este homem pobrezinho, desprezado e iletrado — apontando com o dedo o bem-aventurado Francisco para todo o povo —e por causa disso tendes que amar e honrar o Senhor, e tomar cuidado com os pecados, pois não fez assim com todas as nações (cfr. Sl 149,20)”.
5 Quando acabou a pregação, descendo do lugar onde tinha falado, [o senhor] bispo e o bem-aventurado Francisco entraram na igreja do palácio episcopal;
6 então o bem-aventurado Francisco inclinou-se diante do senhor bispo e se prostrou aos seus pés (cfr. Mr 5,22) dizendo:
7 “Na verdade eu te digo, senhor bispo, que homem algum jamais me deu tanto honra neste século quanto me fizeste hoje, porque as outras pessoas dizem: esse homem é santo! atribuindo a glória e a santidade à criatura e não ao Criador.
8 Mas tu separaste o precioso do vil (cfr. Jr 15,19), como um homem discreto”.

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102. Os ideais de humildade e pobreza
1 O bem-aventurado Francisco, desde o começo de sua conversão, com a colaboração do Senhor, como um sábio colocou o fundamento de si mesmo e de sua casa sobre a pedra firme (cfr. Mt 7,24), isto é, sobre a máxima humildade e pobreza do Filho de Deus, chamando-a de Religião dos Frades Menores.
2 Sobre a máxima humildade: por isso, desde o começo da Religião, depois que os frades começaram a se multiplicar, quis que os frades permanecessem nos hospitais dos leprosos para seervi-los;
3 por isso, naquele tempo em que vinham para a Religião obres e plebeus, entre outras coisas que lhes eram propostas dizia-se que tinham que servir aos leprosos e ficar em suas casas.
4 Sobre a máxima pobreza: como se diz na Regra, que os frades como forasteiros e peregrinos (cfr. 1Pd 2,11) fiquem nas casas em que moram, não queiram Ter nada embaixo do céu, a não ser a santa pobreza, pela qual são alimentados pelo Senhor neste século com alimentos corporais e com as virtudes, e no futuro vão conseguir a herança celeste.
5 Fundamentou a si mesmo sobre a máxima pobreza e humildade: porque, sendo um grande prelado na Igreja de Deus, quis e escolheu ser abjeto não só na Igreja de Deus mas também entre os seus irmãos.

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101. Última visita de Frei Jacoba
1 Um dia o bem-aventurado Francisco chamou seus companheiros: “Vós sabeis como dona Jacoba de Settesoli foi e é para mim e para nossa Religião muito fiel e devota;
2 por isso eu acho que, se a fizerdes saber meu estado, vai ter isso como uma grande graça e consolação;
3 mas de maneira especial fazei saber que vos mande fazenda para uma túnica de pano religioso, que tenha cor de cinza, e é como o pano feito pelos monges cistercienses nos países ultramontanos;
4 também mande daquela comida que fez para mim muitas vezes quando estive em Roma”.
5 A tal comida é chamada pelos romanos de “mortariolum” (mostaciolo), feita de amêndoas e açúcar ou mel e outras coisas.
6 Essa mulher espiritual era uma santa viúva dedicada a Deus, das mais nobres e ricas de toda Roma, que tinha recebido tamanha graça de Deus pelos méritos e pela pregação do bem-aventurado Francisco, que parecia uma outra Madalena, sempre cheia de lágrimas e de devoção por amor de Deus.
7 Tendo escrito a carta, como dissera o santo pai, um frade estava procurando encontrar um frade que levasse a carta, e de repente bateram à porta;
8 e quando um frade abriu a porta, viu dona Jacoba, que viera depressa de Roma para visitar o bem-aventurado Francisco,
9 e imediatamente o frade foi anunciar ao bem-aventurado Francisco, com a maior alegria, como dona Jacoba com seu filho e muitos outros viera para visitá-lo,
10 e disse: “Que fazemos, pai? Deixamos que entre e venha a ti”?
11 Pois por vontade do bem-aventurado Francisco tinha sido estabelecido naquele lugar, no tempo antigo, que nenhuma mulher devia entrar no recinto, pela honestidade e devoção daquele lugar.
12 E o bem-aventurado Francisco disse: “Não devemos observar esse estatuto com essa senhora, que foi trazida até aqui lá de longe por tão grande fé e devoção”.
13 E assim ela entrou onde estava o bem-aventurado Francisco, derramando diante dele muitas lágrimas.
14 E foi admirável que ela trouxe consigo o pano mortuário, isto é, de cor cinzenta, para a túnica, e tudo que estava escrito na carta que era para mandar.
15 Os frades ficaram muito admirados com isso, considerando a santidade do bem-aventurado Francisco.
16 A referida dona Jacoba até disse aos frades: “Irmãos, foi-me dito em espírito, quando estava rezando: Vá visitar teu pai, o bem-aventurado Francisco, depressa, sem tardar, porque se demorares muito não vais encontrá-lo vivo.
17 Além disso, levarás tal pano para sua túnica e tais coisas, para que lhes faças uma comida; do mesmo jeito, leve também bastante cera para as velas e também incenso”.
18 O bem-aventurado Francisco não tinha mandado falar de incenso na carta;
19 mas o Senhor quis inspirar aquela senhora para mercê e consolação de sua alma e para que nós conheçamos melhor como foi grande a santidade deste santo, que o Pai celeste quis honrar o pobre com tanta honra nos dias de sua morte.
20 Aquele que inspirou os reis para irem com presentes para honrar seu dileto Filho nos dias de seu nascimento e de sua pobreza, quis inspirar aquela senhora nobre, em lugar afastado, para ir com presentes para venerar e honrar o glorioso e santo corpo de seu santo servo,
21 que com tanto amor e fervor amou e seguiu a pobreza de seu dileto Filho na vida e na morte.
22 A senhora reparou um dia para o santo pai aquela comida que ele desejava comer; mas ele só comeu um pouquinho, porque a cada dia seu corpo estava definhando pela grave doença e estava ficando mais perto da morte.
23 Da mesma forma, mandou fazer muitas velas, para ficarem ardendo diante de seu santo corpo depois de sua migração; e, com o pano que ela tinha trazido, os frades fizeram-lhe uma túnica, com a qual foi sepultado.
24 E ele mesmo mandou que os frades costurassem saco sobre ela como sinal e exemplo da santíssima humildade e pobreza.
25 E foi feito como agradou a Deus, pois naquela semana em que veio dona Jacoba, o bem-aventurado Francisco migrou para o Senhor.

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100. Irmã morte
1 O bem-aventurado Francisco, desde o tempo de sua conversão até o dia da morte, sempre foi solícito, na saúde e na doença, por conhecer e seguir a vontade do Senhor.
2 Um dia um frade disse ao bem-aventurado Francisco: “Pai, tua vida e comportamento foram e são luz e espelho não só para teus frades mas para toda a Igreja de Deus, e o mesmo vai acontecer com tua morte;
3 pois, embora para os teus frades e para muitos outros tua morte seja uma grande dor e tristeza, para ti será a maior consolação e um gozo infinito,
4 porque passarás de muito trabalho para o maior descanso e de muitas dores e tentações para um gozo infinito, da tua maior pobreza, que sempre amaste e suportaste voluntariamente desde o começo de tua conversão até o dia de tua morte, para as maiores, verdadeiras e infinitas riquezas, da morte temporal para a vida sempiterna,
5 onde verás sempre face as face o Senhor teu Deus (cfr. Gn 32,30; 1Cor 13,12), que contemplaste neste século com tanto fervor, desejo e amor”.
6 Dito isso, falou-lhe claramente: “Pai, saibas na verdade que, se Deus não mandar do céu o seu remédio para o teu corpo, tua doença é incurável e deves viver pouco, como também os médicos já disseram.
7 Mas eu disse isso para confortar o teu espírito, para te alegrares sempre no Senhor interior e exteriormente, e principalmente para que teus frades e outros, que vêm te visitar te encontrem alegre no Senhor (cfr. Fp 4,4),
8 porque sabem e crêem que vais morrer logo, que para eles que estão vendo isso e para os outros que ouvirem depois de tua morte, fique a tua morte como lembrança, como foram para todos tua vida e comportamento”.
9 O bem-aventurado Francisco, mesmo sofrendo muito pelas enfermidades, louvou ao Senhor com grande fervor do espírito e alegria do corpo e da alma, e lhe disse:
10 “Então, se devo morrer logo, chamai-me Frei Ângelo e Frei Leão, para que me cantem sobre a irmã morte”.
11 Esses frades se apresentaram diante dele e cantaram com muitas lágrimas o Cântico de Frei Sol e das outras criaturas ao Senhor, que o próprio santo fizera em sua doença para louvar o Senhor e para consolar sua alma e a dos outros,
12 no qual canto colocou antes do último um verso sobre a irmã morte, a saber:
13 Louvado sejas meu Senhor,
por nossa irmã a morte corporal
da qual nenhum homem vivo pode escapar.
14 Ai de quem morrer em pecado mortal.
15 Felizes os que ela encontrar em tuas santíssimas vontades, porque a morte segunda não lhes fará mal.

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99. Bênção para a cidade de Assis
1 Vendo o bem-aventurado Francisco que, enquanto estava naquele palácio, sua enfermidade se agravava cada dia mais, fez com que o levassem de maca para a igreja de Santa Maria da Porciúncula, pois não podia andar a cavalo pela gravidade de sua doença.
2 Quando os que o levavam passaram pela rua perto do hospital, disse-lhes que pusessem a maca no chão.
3 E como quase não podia enxergar por causa da longa e grande enfermidade dos olhos, mandou virar a maca, para ficar com o rosto voltado para a cidade de Assis.
4 Levantando-se um pouco em seu leito, abençoou a cidade de Assis dizendo: “Senhor, como creio que a cidade, no tempo antigo, foi lugar e morada de homens maus e iníquos, de má fama em todas as províncias,
5 também vejo, por tua abundante misericórdia que, no tempo que te foi agradável, manifestaste nela a multidão das tuas bondades, para que fosse lugar e morada de pessoas que te conhecessem e dessem glória ao teu nome, com o odor da boa vida, da doutrina e da boa fama para todo o povo cristão.
6 Por isso eu te rogo, Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias, que não consideres a nossa ingratidão mas te lembres sempre da tua abundante misericórdia, que demonstraste para com ela, para que seja sempre o lugar e morada de pessoas que te conheçam e glorifiquem teu nome bendito e glorioso pelos séculos dos séculos. Amém”.
7 E, tendo dito isso, foi levado para Santa Maria da Porciúncula.

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98. Prediz a sua glória
1 Um dia, quando o bem-aventurado Francisco estava doente de cama no palácio do bispado de Assis, um frade espiritual e santo homem disse-lhe, brincando e rindo:
2 ”Por quanto vendes todos os teus trapos ao Senhor? Muitos baldaquins e panos de seda vão ser colocados e vão cobrir esse teu corpo, que agora está vestido de saco”.
3 Pois nesse tempo São Francisco, por causa da doença, tinha um gorro de pele, que estava coberto de saco, como a sua roupa de saco.
4 O bem-aventurado Francisco respondeu – não ele mas o Espírito Santo por ele – dizendo com grande fervor de espírito e alegria: “Tu dizes a verdade, porque vai ser assim mesmo”.

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97. A alegria espiritual
1 Até dizia que, se o servo de deus se esforçar sempre por ter e conservar a alegria interior e exteriormente, o que provém da limpeza do coração, os demônios não podem fazer-lhe nenhum mal, dizendo:
2 “Porque o servo de Deus mantém a alegria na tribulação e na prosperidade, não conseguimos achar nenhuma porta para entrar nele, nem para prejudicá-lo”.
3 Pois certa vez repreendeu um de seus companheiros porque lhe parecia que estava com tristeza e com a cara triste.
4 E lhe disse: “Por que tens tristeza e dor por tuas ofensas?
5 Guarda isso entre ti e deus e para a Ele para que por sua misericórdia te devolva a alegria de sua salvação;
6 e diante de mim e dos outros procura ter sempre alegria, porque não convém que um servo de Deus mostre diante de seu irmão ou de outro um rosto amargo e atribulado.
7 “Eu sei que os demônios me odeiam por causa dos benefícios que Deus me deu por sua misericórdia. Como não pode me fazer mal por mim, tentam e se esforçam por me prejudicar através de meus companheiros.
8 Mas se não conseguem a mim e a meus companheiros, retiram-se com uma grande confusão.
9 Se alguma vez eu me encontrasse tentado e abatido, se vir a alegria de meu companheiro, acho que por causa dessa alegria vou voltar da tentação e do aborrecimento para a alegria interior”.

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96. Irmão corpo
1 E dizia: “O diabo fica exultante quando consegue extinguir ou impedir a devoção e a alegria do coração do servo de Deus, que provém da oração limpa e das outras boas obras.
2 Pois se o diabo pode ter alguma coisa de seu no servo de deus, se o servo de Deus não for sábio e se, o mais depressa que puder, não o apague ou destrua pela contrição, pela confissão e pela satisfação da obra, em pouco tempo faz de um cabelo uma trave, aumentando cada vez mais”.
3 E disse: “O servo de Deus deve satisfazer a fome, o sono e as outras necessidades de seu corpo com discrição, para que o irmão corpo não possa murmurar, dizendo:
4 “Eu não posso ficar em pé e insistir na oração, nem posso me alegrar em minhas tribulações e fazer outras obras boas, porque não me satisfazes”.
5 Também dizia que se o servo de Deus não satisfaz seu corpo com discrição, de um modo bastante bomm e honesto, como puder,
6 e o irmão corpo, na oração, nas vigílias e em outras obras boas da alma quiser ser preguiçoso, negligente e sonolento, deve castigá-lo como um animal mau e preguiçoso, porque quer comer e não produzir nem carregar a carga.
7 Entretanto, se o irmão corpo não pode satisfazer suas necessidades na doença e na saúde por escassez e pobreza, quando pede o que precisa a seu irmão ou prelado, honesta e humildemente, por amor de Deus, e não lhe for dado, suporte pacientemente por amor do Senhor, o Senhor vai dar-lhe o mérito do martírio.
8 E como fez o que podia, isto é, pediu o que necessitava, fica livre de pecado, mesmo que o corpo fique mais doente por causa disso”.
9 Nisso o bem-aventurado Francisco sempre empenhou o maior e o principal esforço, embora seu corpo tenha sido muito afligido desde o princípio de sua conversão até o dia de sua morte, porque sempre foi solícito em ter e conservar, exterior e interiormente a alegria espiritual.

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95. Seu fervor quando rezava o ofício
1 Pois, apesar de ter tido por muitos anos a maior doença do estômago, do baço e do fígado, e a enfermidade dos olhos, era tão devoto e rezava com tanta reverência, que na hora da oração não queria encostar-se ao muro ou à parede,
2 mas ficava sempr4 sem capuz na cabeça e algumas vezes de joelhos, principalmente quando se entregava à oração na maior parte do dia e da noite.
3 Até mais: quando ia a pé pelo mundo, sempre parava de andar para rezar suas horas;
4 mas se estivesse cavalgando, porque sempre estava meio doente, desmontava para dizer suas horas.
5 Por isso, certa ocasião, quando estava voltando de Roma, quando esteve na casa do senhor Leão por alguns dias, no dia em que saiu de Roma, choveu o dia inteiro.
6 E como estava muito doente, ia a cavalo.
7 Mas para dizer as suas horas, desceu do cavalo, ficando em pé ao lado da estrada, apesar da chuva e de ter ficado todo molhado.
8 E disse: “Se o corpo quer comer em paz e com sossego, a sua comida, que acaba sendo pasto dos vermes, com quanta paz e sossego deveria a alma receber sua comida, que é o próprio Deus!”.

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94. O travesseiro de penas
1 Em certa ocasião, o bem-aventurado Francisco permanecia na eremitério de Grécio.
2 E como permanecia em oração de dia e de noite na última cela depois da cela maior, certa noite, no primeiro sono, chamou seu companheiro, que estava deitado perto dela, na cela maior e antiga.
3 O companheiro levantou-se imediatamente e foi ter com ele. Entrou no átrio daquela cela, perto da porta, onde o bem-aventurado Francisco estava deitado, lá dentro.
4 E o bem-aventurado Francisco lhe disse: “Irmão, não pude dormir esta noite, nem ficar direito para a oração; pois minha cabeça e minhas pernas tremem e até parece que comi pão de joio”.
5 O companheiro conversava com ele sobre isso, compadecendo-se.
6 E o bem-aventurado Francisco disse: “Acho que o diabo estava neste travesseiro em que tenho a cabeça”.
7 Pois o senhor João de Grécio, que o santo amava com muito afeto e a quem demonstrou muita familiaridade durante todo o tempo de sua vida, tinha adquirido no outro dia aquele travesseiro, que estava cheio de penas.
8 Pois, desde quando saíra do século, o bem-aventurado Francisco não quis dormir em colchão nem ter à cabeça um travesseiro de penas nem quando estava doente e nem em nenhuma outra ocasião; mas naquela hora os frades o obrigaram contra sua vontade, por causa de sua grande enfermidade dos olhos.
9 Jogou-o para o seu companheiro. Seu companheiro levantou-se, pegou-o com a mão direita e o jogou sobre seu ombro esquerdo e, segurando-o com a mão direita, saiu daquele átrio.
10 E perdeu a fala na mesma hora, e não podia mover-se do lugar nem mexer com os braços e as mãos, nem largar o travesseiro, mas lá ficou parado.
11 Parecia-lhe que ra um homem colocado fora de si, que não sente nada nem em si nem nos outros.
12 Tendo ficado assim por uma hora, eis que pela misericórdia divina o bem-aventurado Francisco o chamou.
13 Voltou a si na mesma hora, foi e jogou fora o travesseiro.
14 E voltou a bem-aventurado Francisco, contando tudo que lhe tinha acontecido.
15 O bem-aventurado Francisco disse: “À tarde, quando eu estava rezando Completas, senti quando o diabo entrou na cela”.
16 Mas depois que soube que fora na verdade o diabo que o impedira, não o deixando dormir nem ficar em pé para a oração, começou a dizer a seu companheiro:
17 “O diabo é espero e astuto demais: pois como, pela misericórdia de Deus e por sua graça não pode me fazer mal na alma, quer impedir a necessidade do corpo,
18 para que eu não possa dormir nem ficar em pé para a oração, para impedir a devoção e a alegria do coração, e para que eu reclame da doença”.

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